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Ovos azuis 'estranhos' são descobertos em floresta e cientistas esclarecem o mistério

Biólogos localizaram os ovos em uma floresta estadual na Austrália

Ovos azul-turqueza foram achado em floresta no Vale Clarence, no sul da Austrália (NSW Government/Divulgação)

Ovos azul-turqueza foram achado em floresta no Vale Clarence, no sul da Austrália (NSW Government/Divulgação)

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter da Home

Publicado em 16 de setembro de 2024 às 11h32.

Última atualização em 16 de setembro de 2024 às 11h35.

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Pesquisadores descobriram ovos de emu costeiro — uma das maiores aves terrestres do mundo e uma variante rara e geneticamente distinta do emu — em uma floresta estadual na Austrália. A localização dos ovos traz aos biólogos expectativas para a recuperação dessa população ameaçada na costa norte do país.

Conhecidos também como emas-australianas, esses pássaros são uma das espécies emblemáticas da fauna australiana, presentes por todo o país, com algumas variações genéticas. Mas, a interferência humana tem colocado as emus das regiões costeiras em grave perigo de extinção.

Em um comunicado divulgado em agosto, a empresa de gestão ambiental Forestry Corporation explicou que um ninho contendo nove ovos azul-turquesa foi encontrado durante uma inspeção de rotina em um habitat de outras espécies ameaçadas, localizado no Vale Clarence, na costa norte do estado de Nova Gales do Sul.

Antigamente, os emus costeiros eram comuns no nordeste do estado, mas atualmente restam apenas cerca de 50 indivíduos, distribuídos por parques de conservação na região norte.

A principal causa da redução populacional é a combinação de atropelamentos e ataques de predadores. "Há muitos animais selvagens na área, como porcos e raposas, que podem dizimar esses ninhos", comentou Joshua Brown, ecologista de campo sênior, em entrevista ao site australiano ABC News. "Portanto, é crucial que façamos o máximo para protegê-los."

Os ovos de emu se destacam por sua cor azul-turquesa vibrante, semelhante à plumagem das fêmeas durante a época de acasalamento. Para garantir a proteção dos filhotes, foi criada uma zona de proteção de 100 metros ao redor do ninho.

Durante o período que antecede a eclosão, emus machos e fêmeas formam pares e permanecem juntos por cerca de cinco meses, defendendo o ninho de possíveis ameaças.

As emus costeiras são essenciais para a vegetação local, já que sua dieta variada de frutas as torna importantes dispersoras de sementes, ajudando a manter a saúde das reservas no nordeste de Nova Gales do Sul. Esse processo é crucial para preservar a biodiversidade da região, que é uma das mais ricas do mundo, sustentando diversas espécies de plantas e animais ameaçados.

A descoberta do ninho reforça a importância das iniciativas de conservação, como o programa estadual "Save our Species" ("Salvem nossas espécies"). Atualmente, mais de 800 locais em Nova Gales do Sul estão envolvidos no projeto, que protege 364 espécies ameaçadas e comunidades ecológicas.

De acordo com Joshua Brown, a mortalidade de mães e ovos costuma ser alta. Para combater esse problema, além da zona de proteção, agentes florestais também recolhem alguns ovos e os enviam para um criador autorizado, onde os filhotes ficam sob cuidados por até três meses, protegidos de predadores.

Iniciativas comunitárias, lideradas pelo conselho político de Vale Clarence, também são cruciais na proteção da espécie. Os residentes locais lançaram o projeto Caring for our Coastal Emu ("Cuidando do nosso emu costeiro"), que inclui um mapa interativo para o registro de avistamentos de emus costeiros e oferece palestras e materiais educativos para crianças nas escolas.

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