Philadelphia, PA, USA - November 27, 2014: Disney's Mickey and Mini Mouse participate in the Thanksgiving Day Parade in Philadelphia. (Bastiaan Slabbers/Getty Images)
Redatora
Publicado em 13 de dezembro de 2025 às 08h40.
A Disney acusou o Google de violação de direitos autorais em larga escala no uso de modelos de inteligência artificial generativa. Segundo a empresa, sistemas de IA da big tech estariam copiando, distribuindo e explorando comercialmente imagens e vídeos protegidos sem autorização.
A acusação consta em uma notificação extrajudicial enviada na noite de quarta-feira, 10, segundo informações da Variety. O documento foi encaminhado por advogados da Disney ao Google e exige a interrupção imediata das supostas infrações nos serviços de IA da empresa.
De acordo com a carta, os modelos teriam sido treinados com um amplo conjunto de obras protegidas da Disney. A empresa afirma que esses sistemas geram e distribuem conteúdos derivados para consumidores sem licença ou consentimento do estúdio.
O documento enviado pelo escritório Jenner & Block afirma que personagens de franquias como Frozen, O Rei Leão, Moana, A Pequena Sereia e Star Wars estariam sendo reproduzidos por ferramentas de IA do Google. A notificação inclui exemplos de imagens geradas a partir de comandos de texto, como representações do personagem Darth Vader.
A Disney também aponta que algumas imagens geradas exibem o logotipo Gemini. Segundo a gigante de entretenimento, isso poderia induzir o público a acreditar que o uso da propriedade intelectual foi autorizado ou endossado pela Disney.
Na carta, o estúdio compara os sistemas de IA do Google a uma “máquina de venda automática virtual”, capaz de reproduzir sua biblioteca protegida sob demanda.
A notificação extrajudicial lista uma série de exigências ao Google, entre elas estão a interrupção imediata da cópia, exibição e distribuição de conteúdos protegidos da Disney, além da criação de obras derivadas em plataformas como aplicativos móveis, YouTube e Shorts.
A empresa também solicita a implementação de medidas tecnológicas para impedir futuras infrações envolvendo seus personagens e franquias.
O CEO da Disney, Bob Iger, afirmou à CNBC que a decisão foi tomada após tentativas frustradas de diálogo. Segundo o executivo, a empresa atua de forma rigorosa na proteção de sua propriedade intelectual e não viu alternativa além da notificação formal.
Em resposta, um porta-voz do Google declarou que a empresa mantém uma relação histórica com a Disney e seguirá em diálogo. A companhia afirmou que utiliza dados públicos da web aberta para treinar seus modelos de IA.
A big tech também destacou o uso de ferramentas de controle de direitos autorais, como o Google-Extended e o Content ID do YouTube, que permitem a criadores e detentores de direitos gerenciar o uso de seus conteúdos.