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Meses antes de comprar Warner, CEO da Netflix chamou cinema de ultrapassado

Ted Sarandos afirmou que o público prefere assistir a filmes em casa e criticou a janela de exclusividade de 45 dias para exibição nas salas de cinema

Ted Sarandos criticou o cinema antes de adquirir os estúdios e TV da Warner, além da plataforma de streaming HBO Max  (THEO WARGO / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / GETTY IMAGES VIA AFP)

Ted Sarandos criticou o cinema antes de adquirir os estúdios e TV da Warner, além da plataforma de streaming HBO Max (THEO WARGO / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / GETTY IMAGES VIA AFP)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 6 de dezembro de 2025 às 12h59.

Na última sexta-feira, 5, a Netflix anunciou que irá comprar a Warner Bros. Discovery por US$ 72 bilhões (cerca de R$ 384 bilhões), ou US$ 28 (R$ 149) por ação. O acordo inclui os estúdios de cinema e TV, além da divisão de streaming da empresa, a HBO Max.

A aquisição está sendo fortemente criticada pela indústria cinematográfica e pela principal concorrente no processo, a Paramount, não apenas por "ferir a lei da concorrência nos EUA e no exterior", mas também por ir contra as últimas declarações do próprio co-CEO da Netflix, Ted Sarandos.

Quando a compra se tornou pública, o dirigente do streaming disse que "ao combinar o incrível catálogo de séries e filmes da Warner Bros. — de clássicos atemporais como Casablanca e Cidadão Kane a favoritos modernos como Harry Potter e Friendscom nossos títulos que definem a cultura pop, como Stranger Things , K-Pop Demon Hunters e Squid Game, poderemos fazer isso ainda melhor. Juntos, podemos oferecer ao público mais daquilo que ele ama e ajudar a definir o próximo século da narrativa".

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Porém, em abril deste ano, em um discurso na cúpula TIME100 em Nova York, Sarandos classificou o processo de fazer um "fazer filmes em uma tela gigantesca, reunir desconhecidos para assisti-los, manter a exibição nos cinemas por dois meses, com gente chorando e sessões esgotadas" seria "uma ideia ultrapassada para a maioria das pessoas — não para todos".

Para ele, o serviço de streaming "salvou Hollywood". Isso porque a Netflix é "uma empresa muito focada no consumidor. Nós entregamos o conteúdo da forma que você quer assistir".

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O dirigente ainda argumentou que o streaming está oferecendo um serviço aos americanos em áreas rurais, que podem não ter acesso tão fácil aos cinemas.

Além do acesso, Sarandos também comentou sobre a queda nas bilheterias - o número de ingressos vendidos nos cinemas de todo o mundo caiu 8,8% em 2024, em comparação com 2023,  segundo o Observatório Europeu do Audiovisual (OEA).

"O que o consumidor está tentando nos dizer? Que eles preferem assistir a filmes em casa, obrigado", disse o executivo.

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Na ocasião, o Sarandos também criticou a chamada "janela de 45 dias", período de exclusividade defendido por profissionais do audiovisual para que os filmes sejam exibidos apenas nos cinemas antes de chegarem aos streamings.

"Os estúdios e os cinemas estão travando uma batalha para tentar preservar essa janela de 45 dias, o que está completamente em desacordo com a experiência do consumidor de simplesmente curtir um filme", afirmou.

Apesar das alegações, Sarandos disse na entrevista que ama filmes e "ama os cinemas, essa é a ironia". O co-CEO relatou que ficaria incomodado se a indústria parasse de produzir bons filmes, mas disse que ela precisa focar em como as pessoas querem assisti-los, não em como ela quer que o público assista.

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