Hollywood: Série mais assistidas em streaming reforçam desigualdade de gênero e raça (Kevork Djansezian/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 18 de dezembro de 2025 às 06h23.
Um novo estudo divulgado pela Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) revela que a diversidade nas séries de televisão mais assistidas em plataformas de streaming continua baixa, especialmente entre os criadores e protagonistas. O relatório anual, conhecido como Hollywood Diversity Report, analisou as 250 séries com maior audiência em 2024 e encontrou uma forte predominância de criadores brancos nas principais produções.
Segundo os dados, mais de 90% das séries roteirizadas foram criadas por pessoas brancas e 79% desses criadores eram homens brancos. Essa alta concentração representa um aumento em comparação com relatórios anteriores, indicando que a inclusão de vozes diversas na criação de conteúdo não avançou ou até regrediu em certos aspectos.
A análise também aponta para uma queda na participação feminina em papéis de destaque. Enquanto em relatórios anteriores mulheres ocupavam uma proporção maior de papéis principais, no último levantamento essa presença recuou, com mulheres representando cerca de 34,3% dos protagonistas nas séries mais populares, ante 39% no ano anterior. A sub-representação é ainda mais evidente entre mulheres de cor e outros grupos raciais.
O estudo da UCLA considera tanto séries novas quanto títulos que permanecem disponíveis nas bibliotecas das plataformas de streaming. Ele avaliou não apenas o gênero e a raça dos criadores, mas também o posicionamento de atores e atrizes nos papéis principais. Entre as conclusões, houve também um desequilíbrio nas oportunidades para criadores de outras origens étnicas e raciais, que juntos responderam por apenas cerca de 8% das criações.
Especialistas e pesquisadores ouvidos no relatório alertam que a falta de diversidade criativa pode afetar não apenas a representação cultural, mas também a qualidade narrativa e a conexão com públicos mais amplos. O relatório sugere que, apesar de esforços anteriores para ampliar vozes diversas na indústria, avanços significativos continuam longe de se consolidar, e que a desigualdade persiste tanto atrás quanto na frente das câmeras.