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Evandro Teixeira, um dos ícones do fotojornalismo do Brasil, morre aos 88 anos

Fotógrafo morreu nesta segunda-feira, 4 de novembro, no Rio de Janeiro

Evandro Teixeira, um dos maiores profissionais do fotojornalismo do Brasil (Agencia Makro/Getty Images)

Evandro Teixeira, um dos maiores profissionais do fotojornalismo do Brasil (Agencia Makro/Getty Images)

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter da Home

Publicado em 4 de novembro de 2024 às 17h49.

Última atualização em 4 de novembro de 2024 às 18h02.

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Evandro Teixeira, uma das figuras mais proeminentes do fotojornalismo no Brasil, morreu nesta segunda-feira, 4, aos 88 anos, no Rio de Janeiro.

O fotógrafo estava internado na Clínica São Vicente, na Gávea, Zona Sul, e a causa de sua morte foi falência múltipla de órgãos, decorrente de complicações de uma pneumonia, informaram seus familiares.

Premiado repetidas vezes, Evandro é autor de fotografias que capturaram momentos decisivos da história brasileira e até internacional.  Com sua câmera, frequentemente em preto e branco, ele documentou eventos fundamentais da segunda metade do século 20.

Trajetória

Nascido em Irajuba, na Bahia, em 1935, Evandro Teixeira deixou sua cidade natal, localizada a 307 quilômetros de Salvador, para retratar o Brasil.

Ainda jovem, ele se especializou em fotografia por correspondência e, em 1957, mudou-se para o Rio de Janeiro com uma carta de recomendação para o Diário da Noite. Pouco tempo depois, foi convidado a integrar a equipe do Jornal do Brasil, onde construiu uma carreira de 47 anos, consolidando-se como referência no fotojornalismo.

Ao longo de quase sete décadas de carreira, Evandro registrou eventos marcantes, incluindo o golpe militar de 1964 e a ocupação do Forte de Copacabana em 1º de abril do mesmo ano.

Para capturar uma dessas imagens, disfarçou-se como oficial sem uniforme, acompanhando um amigo militar, e fotografou sob a chuva uma cena poética que ocupou a primeira página do Jornal do Brasil, com militares em contraluz.

Suas lentes foram vitais para eternizar a resistência contra os abusos da ditadura militar no Brasil. Imagens como a da Passeata dos 100 Mil, em 1968, na Cinelândia, com uma multidão de manifestantes, são exemplos marcantes de seu legado.

Em outro dia de grande agitação no Centro do Rio, Evandro produziu uma das suas fotos mais conhecidas: a imagem de um estudante caindo enquanto era perseguido por policiais, que circulou recentemente de forma enganosa, com alegações de que seria uma foto do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Na Candelária, outra de suas imagens icônicas retrata a repressão policial, com oficiais montados a cavalo.

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