Conhecido nas redes sociais por usar o ChatGPT de forma criativa, Zhadan publicou a ideia no X (antigo Twitter) e o conteúdo viralizou (Kilito Chan/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 8 de fevereiro de 2024 às 17h30.
Última atualização em 8 de fevereiro de 2024 às 18h27.
Achar um amor nos últimos tempos anda bastante difícil para as gerações mais jovens. Isso porque, para eles, encontrar as pessoas presencialmente é exaustivo e "dar match" com alguém realmente compatível em aplicativos de namoro está longe de ser uma tarefa simples. Mas o ChatGPT pode ajudar nisso.
Na última semana, um jovem russo de 23 anos, Alexander Zhadan, criou uma maneira criativa de encontrar o "match perfeito" via aplicativos. Ele recorreu e treinou o ChatGPT para filtrar mais de 5,2 mil perfis de mulheres em aplicativos de namoro, em busca da perfeita futura esposa. E não só conseguiu como também obteve dicas da plataforma para pedi-la em casamento.
Conhecido nas redes sociais por usar o ChatGPT de forma criativa, Zhadan publicou a ideia no X (antigo Twitter) e o conteúdo viralizou. "Pedi uma garota em casamento que foi selecionada pelo ChatGPT; vínhamos nos comunicando há um ano. Para isso, o programa filtrou o perfil de outras 5.239 meninas, eliminou as que não tinham "match" com o meu perfil e deixou apenas uma. Vou contar como fiz esse sistema, quais problemas tive no processo e o que aconteceu com as outras meninas", disse ele na postagem.
Alexander Zhadan created a Tinder bot using ChatGPT that helped him match with over 5,000 women.
After filtering matches and scheduling dates, the bot even helped him propose to his chosen one (his now-wife).
PS: Where there's a will, there's a way 🫠 https://t.co/i02ZbB11d1
— Ashad (@ashadahmed_) February 5, 2024
Depois de viralizar nas redes sociais, a história de Zhadan gerou um debate intenso sobre o uso das ferramentas de inteligência artificial para revolucionar a forma de se relacionar amorosamente com as pessoas. O jovem de 23 anos admitiu, no entanto, que sua história pode mudar sim a forma como os outros veem o webnamoro, mas conseguir um amor nessas condições não é exatamente simples: o ChatGPT tem suas limitações. Nas publicações, o russo disse também que precisava se envolver pessoalmente para se conectar com suas possíveis companheiras.
Para fazer o filtro das mais de 5 mil garotas "avaliadas", Zhadan estabeleceu alguns critérios de escolha: os perfis tinham de ter mais de duas fotos, informações sobre mapa astral, preferências religiosas, declarações sobre a guerra na Ucrânia. Para ele, era importante atender a certos requisitos, o que faria todo mundo perder menos tempo.
O negócio é que Zhadan foi além do filtro dos perfis, ele também treinou o ChatGPT para se comunicar com os possíveis pares restantes em seu nome. As referências foram suas próprias conversas com pretendentes anteriores, com uma certa validação de respostas. Em entrevista à Settlers Media, ele disse que levou cerca de 120 horas de trabalho para criar o comando perfeito na ferramenta de IA. E as primeiras tentativas não foram lá as melhores.
O ChatGPT marcou o primeiro encontro de Zhadan sem realmente avisá-lo, o que gerou um certo desencontro de tempo. Depois, em uma outra oportunidade, outra pretendente foi selecionada para um encontro no Parque Bitsa de Moscou, uma floresta na Rússia onde um serial killer escondeu os corpos de suas vítimas no início dos anos 2000. Foram 11 encontros frustrados até que ele finalmente conhecesse Katerina, sua atual noiva.
Assim que se encontrou com Katerina, Zhadan partiu em busca de dicas para manter o relacionamento saudável e produtivo. O ChatGPT o aconselhou a falar sobre sua infância, seus pais, seus objetivos e valores durante os encontros. Até mesmo o pedido de noivado foi feito com ajuda da ferramenta de IA.
Mesmo assim, nem tudo foi feito só pelo computador. Alexander esclareceu que desempenhou um papel no processo de seleção, posto que revisou cada interação que teve com as garotas com quem namorou e transmitiu sua experiência ao ChatGPT para uma avaliação mais objetiva. “Não devemos esquecer a interação emocional. Fui aos encontros, eu mesmo já estava envolvido – avaliei se a garota era adequada para mim ou não. Com base nos resultados da data, fiz uma avaliação (do que gostei e do que não gostei) e adicionei ao banco de dados. Então, o ChatGPT tomou a decisão de continuar a comunicação ou não", disse ele nas publicações do Twitter.