Pop

Criada pelo humorista Diogo Defante, agência Skip fatura R$ 25 milhões em 2025

Com 300 campanhas publicitárias em um ano, a agência de criadores de conteúdo cresceu com uma estratégia de fidelização de público e publicidade alinhada às personas

Skip: agência foi criada por criada em 2024 por Defante, Bruna Alvarenga, Fill Oliveira e Guilherme Cerdera (Skip/Divulgação)

Skip: agência foi criada por criada em 2024 por Defante, Bruna Alvarenga, Fill Oliveira e Guilherme Cerdera (Skip/Divulgação)

Paloma Lazzaro
Paloma Lazzaro

Estagiária de jornalismo

Publicado em 19 de dezembro de 2025 às 15h13.

Última atualização em 19 de dezembro de 2025 às 15h42.

Diogo Defante é conhecido nas redes pelo seu senso de humor nonsense e vídeos que mostram celebridades em situações que raramente mostrariam ao público. Ele é uma figura que tem o desconforto e a estranheza como uma espécie de marca registrada.

Para além de sua persona cômica, desde 2024 ele também se tornou um nome que vem movimentando os bastidores do marketing de influência.

Sua agência Skip faturou R$ 15 milhões em contratos publicitários no primeiro ano de funcionamento. Em 2025, o número é ainda mais impressionante: R$ 25 milhões, crescimento de 65%. Ao todo foram 300 campanhas em um ano, quase uma por dia.

"Quando eu comecei a trabalhar com o Diogo, o humor não estava tanto em alta. As pessoas e as marcas morriam de medo dele porque achavam que era um doido de verdade. Ele é um doido consciente", conta Bruna Alvarenga em entrevista à EXAME. Ela é empresária de Defante há seis anos e, atualmente, ocupa o cargo de CEO, co-fundadora e diretora estratégica da Skip.

A empresa foi criada por Defante, Alvarenga, Fill Oliveira e Guilherme Cerdera. Com um modelo de negócio focado na gestão de planejamento e desenvolvimento da carreira de creators, o portfólio de agenciados da Skip conta com um montante de mais de 84 milhões de seguidores nas redes.

Defante e Veneno: ambos os criadores de conteúdo fazem parte do ecossistema da Skip (Skip/Divulgação)

“Estamos satisfeitos em celebrar este marco e demonstrar ao mercado o nível de consolidação que alcançamos em tão curto período. Esse avanço é resultado direto da relação construída entre criadores, marcas e audiência", diz Defante à EXAME em nota."Para os próximos passos, a meta é continuar crescendo, incorporando influenciadores alinhados à identidade da agência e fortalecendo parcerias com marcas atuais e futuras.”

Uma agência boutique

Entre os nomes da agência estão Lucas Inutilismo, Menina Veneno, Dan Lessa, Samanta Alves, Carolixas, Mosca e Julia Barni. Ao todo, são 18 creators, um número relativamente baixo. "A gente nasceu como uma agência boutique, de porte pequeno. Nunca nascemos para ter 200, 300 influenciadores", explica Alvarenga.

Inutilismo: criador de conteúdo é um dos agenciados com maior presença no YouTube (Skip/Divulgação)

Além de trabalhar a parte comercial dos creators, a Skip tem um olhar atento à estratégia de carreira. Alvarenga conta que o modelo para esse funcionamento é a própria curva de crescimento de Defante na Internet, que "foi feita de uma forma muito legal" e com profissionalismo.

Ele mesmo diz que a inspiração para a agência foi sua experiência como creator."Ao longo do tempo entendi como é importante ter pessoas para ajudar nos processos, a tirar projetos do papel e também a olhar de forma crítica o trabalho que estou desenvolvendo para criar mais oportunidades comerciais, seja com marcas ou com propriedades intelectuais próprias", afirma.

Mesmo com alguns nomes já estabelecidos, como Inutilismo e Lessa, a agência busca talentos que ainda não são tão conhecidos, "que a gente sabe que se trabalhar direito vão crescer", diz Alvarenga. "A Menina Veneno, por exemplo, quando veio para cá, tinha 60 mil seguidores. Um ano depois, ela tinha chegado a quase 2 milhões."

Menina Veneno: influencer cresceu rapidamente no TikTok e Instagram (Skip/Divulgação)

A estratégia 'difícil de ser quebrada'

No mundo de influencers, existem algumas estratégias distintas para crescimento. As principais são a de captação do público geral e a de construção de comunidade. Cada uma tem seus prós e contras, porém, a fidelização de público é superior no segundo tipo de modelo.

"O que a gente incentiva muito é que o creator entenda seu público e faça para esse público. A fidelidade é o que vai te manter vivo por muito tempo, começa a existir um senso de pertencimento. Isso é coisa muito forte, é difícil de ser quebrada", diz Alvarenga.

Samanta Alves: humorista cresceu com a formação de comunidades nichadas (Skip/Divulgação)

Novamente, o modelo para essa estratégia é a própria carreira de Defante. A empresária conta que, durante a Copa do Mundo de 2022, quando o humorista foi ao Catar como repórter da CazéTV, havia uma preocupação com a reação de um público maior ao seu senso cômico. A escolha foi manter o foco na comunidade que ele já havia conquistado, não alterar aquilo que já estava estabelecido.

"É lógico que o criador precisa de ir se reinventando. Mas tem que dar valor para quem está aqui desde o começo, porque são essas pessoas que de fato fizeram você chegar até aqui", explica Alvarenga.

Autonomia na criação de conteúdo

“A autonomia e a decisão de conteúdo é toda dos criadores. O que a gente faz é mostrar onde ele está agora e quais são as oportunidades que tem para frente”, afirma Alvarenga. A escolha de não assumir a criação, a captação ou a edição dos conteúdos é deliberada e faz parte do modelo de trabalho da Skip.

Segundo a empresária, o creator precisa se sentir responsável por aquilo que entrega. Para ela, tratar a produção de conteúdo como um trabalho implica assumir compromissos diários e entender as consequências das próprias decisões. Centralizar essas funções na agência, diz, poderia gerar uma relação distorcida, em que a responsabilidade acaba sendo transferida.

Esse posicionamento é ainda mais importante no início da carreira quando, como define Alvarenga, “qualquer dinheiro é muito dinheiro”. Nesses casos, a Skip atua como um suporte estratégico, ajudando a ponderar escolhas e impactos a longo prazo. “São criadores muito novos, que nem sempre conseguem enxergar as consequências das decisões”, afirma.

A lógica que orienta esse processo é clara: a prioridade é sempre o criador. Se uma campanha não for boa para ele, não acontece — mesmo que seja financeiramente vantajosa para a agência. “Vocês influenciam pessoas”, reforça Alvarenga. “Às vezes é só uma piada, mas pode ter um impacto muito maior.”

Estratégia publicitária direcionada

Esse cuidado também se reflete na forma como a Skip conduz as campanhas publicitárias. Segundo Alvarenga, a agência adota critérios rígidos na escolha das marcas, avaliando não apenas o potencial financeiro mas, sobretudo, a coerência entre o anunciante, o criador e a narrativa que está sendo construída ao longo da carreira.

A CEO explica que a primeira pergunta feita é simples: a marca faz sentido para aquele criador? Há casos em que a resposta é claramente negativa, como campanhas de produtos que o influenciador não consome ou com os quais não se identifica.

Carolixas: dupla faz parte dos creators da Skip focados em esportes (Skip/Divulgação)

Além disso, a reputação da empresa também pesa na decisão. “Trabalhar com uma marca grande valida o seu nome no mercado, mas uma marca com reputação duvidosa também te valida para algo negativo”, afirma.

Esse processo, segundo Alvarenga, reforça a responsabilidade envolvida em cada contrato. Quando uma marca fecha uma campanha, há uma pessoa física “dando a cara a tapa” dentro da empresa anunciante. Esse comprometimento, diz ela, ajuda a explicar o alto índice de marcas que voltam a trabalhar com a Skip, resultado de relações construídas com consistência e profissionalismo.

Acompanhe tudo sobre:YouTubeTikTokInternet

Mais de Pop

Epic Games libera novo jogo grátis hoje; saiba até quando resgatar

Quanto custa assinar os principais streamings no Brasil

44,8 milhões de inscritos e R$ 30 milhões: o império de Enaldinho no YouTube

'Obama wrapped': veja músicas preferidas do ex-presidente dos EUA em 2025