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Conheça a nova aposta de Bill Gates contra as mudanças climáticas

Produto já pode ser encontrado em uma das maiores redes de supermercados dos Estados Unidos

Bill Gates: fundo climático do empresário investiu em um produto com pegada zero carbono. (Anadolu Agency / Getty Images/Getty Images)

Bill Gates: fundo climático do empresário investiu em um produto com pegada zero carbono. (Anadolu Agency / Getty Images/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 27 de outubro de 2021 às 18h14.

Última atualização em 28 de outubro de 2021 às 16h30.

Em qualquer supermercado da rede Whole Foods nos Estados Unidos é possível encontrar o mais novo leite orgânico com pegada zero carbono da marca Neutral. Custando 12 dólares o litro, o produto afirma que "combate as mudanças climáticas" e faz parte da missão da empresa de reduzir as emissões o máximo possível e, em seguida, compensar o restante, tornando cada produto neutro em carbono.

Segundo Marcus Lovell Smith, CEO da Neutral, para o site Fast Company, a marca de alimentos é a primeira a ter um produto neutro em carbono no país, embora também existam outras que têm a missão de compensar a pegada de carbono.

A Neutral anunciou nesta quarta-feira que levantou um rodada inicial de financiamento liderada pela Breakthrough Energy Ventures, o fundo de capital de risco focado em questões climáticas e fundado por Bill Gates.

“Ao todo, os laticínios são responsáveis ​​por 3% de todas as emissões globais, mais do que todo o setor de aviação, e ao trabalhar com os agricultores para reduzir as emissões, a Neutral Foods está abordando uma das maiores áreas de impacto climático”, diz Carmichael Roberts, do comitê de investimentos da Breakthrough Energy Ventures.

Leite da Neutral. (Neutral/Divulgação)

A empresa trabalhou ao lado de pesquisadores para estudar a pegada de carbono dos laticínios, desde o fertilizante usado para cultivar a ração dos gados até o metano liberado em arrotos de vacas e no esterco, a energia usada na fazenda e os caminhões de entrega. Em seguida, a Neutral lançou uma parceria com produtores de leite, pagando por intervenções que, de outra maneira, os produtores não poderiam pagar. Embora algumas fábricas de laticínios já tenham tomado medidas significativas para reduzir suas pegadas de carbono, a maioria ainda tem muito espaço para mudanças.

No início do ano, a empresa trabalhou com três fazendas de leite de propriedade familiar em Oregon, nos EUA, para semear pastagens com uma mistura de plantas que são ricas em taninos — algo que as vacas gostam de comer e que pode ajudar a reduzir o metano, potente gás de efeito estufa, quando as vacas arrotam. A empresa também está trabalhando com agricultores para instalar novos sistemas de gerenciamento de esterco — outra fonte de metano.

Em algumas fazendas, a empresa planeja plantar árvores em pastagens para ajudar a compensar algumas emissões. Outras soluções, como aditivos de algas marinhas que podem ir na ração do gado, para também reduzir o metano, estão sendo consideradas para o futuro.

Para compensar as emissões restantes, a marca compra compensações certificadas de outras partes da indústria de laticínios. A empresa também pretende investir em soluções de agricultura "regenerativa" que podem sequestrar carbono no solo de fazendas, embora Smith acredite que mais pesquisas são necessárias para entender exatamente quanto carbono essas técnicas podem capturar.

A empresa planeja, no futuro, vender versões neutras em carbono de outros tipos de alimentos, mas queria começar com laticínios devido a sua importância em termos climáticos. E embora as vendas de laticínios à base de plantas estejam crescendo rapidamente, a maioria dos consumidores ainda compra a versão que vem das vacas.

“Hoje, 93% das famílias americanas têm leite na geladeira. É um alimento bastante universal e, portanto, um lugar importante para começar”, afirma Smith.

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