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Com a suspensão do X no Brasil, como ficam os fã-clubes?

Fãs e celebridades lutam para manter conexões construídas ao longo de anos após suspensão da rede social no país

Taylor Swift é uma das artistas com mais engajamentos através de fã clubes no X.
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 4 de setembro de 2024 às 08h33.

A suspensão do X, antiga rede social conhecida como Twitter, no Brasil, provocou uma ruptura significativa nas interações online, especialmente para as comunidades de fãs que dependiam da plataforma para compartilhar conteúdo e manter conexões. A decisão do Supremo Tribunal Federal, que resultou no bloqueio da rede social após divergências com o proprietário Elon Musk, deixou milhões de usuários brasileiros desconectados e forçou a migração para outras redes, como Instagram e Bluesky. As informações são do The Washington Post.

O Brasil, um dos maiores mercados da plataforma, sempre foi um espaço de destaque para os fãs de celebridades internacionais. A suspensão veio após Musk se recusar a nomear um representante local que pudesse colaborar com a remoção de contas acusadas de disseminar desinformação, algo exigido pelo governo brasileiro. A rede social respondeu acusando o governo de censura, aumentando ainda mais as tensões.

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Enquanto a plataforma permanece bloqueada, milhões de usuários no país tentam se adaptar a novas formas de interação.Contas dedicadas a artistas, cantores e influenciadores, que outrora dominavam o cenário digital, estão agora em busca de alternativas para manter suas comunidades ativas. Contudo, as opções disponíveis, como Instagram e Bluesky, ainda não conseguem oferecer a mesma dinâmica e engajamento que o X proporcionava.

Os fãs brasileiros, conhecidos mundialmente por sua energia e dedicação, têm um papel de destaque no ambiente digital. Eles frequentemente lideravam movimentos online, fazendo hashtags se tornarem virais e criando memes que se espalhavam rapidamente por todo o mundo. Com a ausência dessa plataforma, o impacto é sentido não apenas no Brasil, mas também em comunidades internacionais, onde o engajamento dos brasileiros se destacava.

Relacionamento com celebridades

O bloqueio também impacta diretamente o relacionamento entre celebridades internacionais e seus fãs brasileiros. Celebridades como Cardi B e Alessia Cara perceberam a ausência do engajamento intenso vindo do Brasil, que sempre foi uma das marcas registradas dos fãs do país. A interação frequente e o apoio incondicional desses seguidores eram uma constante, e sua ausência agora representa um desafio para essas figuras públicas.

A migração forçada para outras plataformas também levanta questões sobre a sustentabilidade dessas novas redes como substitutas ao X.Apesar do crescimento de alternativas como Bluesky, que relatou um aumento expressivo de usuários após o bloqueio, a falta de recursos comparáveis, como a possibilidade de upload de vídeos, ainda limita o alcance dessas novas plataformas.

Essa transição também gera um debate mais amplo sobre a dependência de plataformas controladas por grandes corporações e como decisões políticas podem impactar a conectividade global. As redes sociais não são mais apenas espaços de entretenimento; elas são estruturas complexas que sustentam comunidades inteiras, facilitam interações globais e criam redes de apoio entre indivíduos com interesses em comum.

No contexto brasileiro, o bloqueio do X não apenas desestabiliza a interação online, mas também afeta a maneira como as pessoas se conectam com suas celebridades e interesses. As comunidades de fãs, que floresceram e se fortaleceram ao longo de anos na plataforma, agora enfrentam o desafio de reconstruir essas redes em novos espaços, sem garantias de que conseguirão reproduzir o mesmo nível de interação e engajamento.

Por enquanto, a incerteza sobre o futuro do X no Brasil persiste. Muitos usuários, embora tenham migrado para outras redes, ainda esperam que a plataforma possa voltar a operar no país, restabelecendo as conexões que foram abruptamente interrompidas. Até lá, a suspensão continua a desafiar a maneira como essas comunidades interagem, destacando a fragilidade das redes digitais em um cenário global cada vez mais regulado.

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