Chuva de meteoros será visível no Brasil dia 31 de maio
Fenômeno poderá ser visto em algumas partes do Brasil; a expectativa é que a Tau Herculids seja uma chuva atípica e com boa intensidade
Laura Pancini
Publicado em 27 de maio de 2022 às 15h33.
Última atualização em 30 de maio de 2022 às 18h15.
A madrugada da próxima terça-feira, 31 de maio, não será como as outras. Em algumas partes do céu do Brasil, será possível acompanhar a chuva de meteoros “Tau Herculids” (ou Tau Herculidas), com pico previsto por volta das 2 horas da manhã no horário de Brasília.
A expectativa é que a Tau Herculids seja uma chuva atípica e com boa intensidade. As previsões mais otimistas indicam que pode haver de 140 a 1.400 meteoros por hora, mas isso não é uma garantia.
Segundo a Organização Internacional de Meteoros, é um problema tentar prever as taxas de meteoros por hora nesta chuva, principalmente porque a Terra nunca interagiu com essa trilha de detritos antes.
O que é a chuva de meteoros Tau Herculidas?
A chuva de meteoros de 31 de maio de 2022 é resultado da fragmentação do cometa 73P/Schwassmann-Wachmann 3 (SW3).
Os meteoros são pequenos corpos celestes que se deslocam no espaço e entram na atmosfera da Terra, queimando parcial ou totalmente devido à ablação com a atmosfera terrestre e ao contato com moléculas de oxigênio. Este fenômeno deixa um risco luminoso no céu, que é popularmente chamado de “estrela cadente”.
Já o fenômeno da chuva acontecequando vários meteoros passam pelo céu noturno partindo aparentemente de um mesmo ponto: o radiante.
No período de fins de maio ao início de junho, o planeta Terra estará passando pelo rastro dos detritos que o cometa 73P deixou para trás em suas últimas passagens. Por isso podemos observar o fenômeno daqui.
As informações são do Observatório Nacional.
Onde assistir a chuva de meteoros?
Conforme destacou o astrônomo Marcelo De Cicco ao Observatório, quem estiver no Hemisfério Norte terá uma visão privilegiada dessa chuva de meteoros. Enquanto isso, no Hemisfério Sul, o número de meteoros será menor do que o observado mais ao norte.
De acordo com Marcelo Domingues, diretor editorial do Clube de Astronomia de Brasília (CAsB), a previsão é que a chuva de meteoros pegue toda a faixa leste do país, variando entre 57 a 42 mil meteoros por hora. Isso significa que até regiões como Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro poderão observar o fenômeno, mas as chances são muito menores do que as dos moradores da região Norte e Nordeste. Quanto mais ao Norte do Brasil, maiores as chances.
Qual o melhor horário para assistir a chuva de meteoros?
De acordo com a Bramon (Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros), vale olhar para o céu nos seguintes horários:
- Às 0h10, no horário de Brasília, a Terra irá passar pela primeira trilha de detritos do cometa, deixados por ele em 1892 e 1941. A expectativa é de 50 meteoros por hora;
- Às 2h10, a trilha de 1979 e uma nuvem densa lançada pelo cometa em 1995 vão passar pela Terra. A expectativa é de uma taxa de 600 a 700 meteoros por hora, mas, como é a primeira vez que esses detritos vão passar, a Bramon afirma que o horário pode variar e pode acontecer de nada ser visto.
Já a recomendação feita pelo Observatório Nacional é queos habitantes do hemisfério Sul mais próximos ao equador, como nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, fiquem atentos à direção Noroeste durante a madrugada de terça.
A possibilidade de uma chuva mais intensa nessa região é entre 1h55 e 2h10 da manhã mas, caso a largura da trilha de detritos seja maior do que esperado, é possível que alguns meteoros já sejam vistos a partir da noite de segunda-feira, 30, até às 2h30 de terça-feira.
Como assistir a chuva de meteoros?
Para assistir a chuva de meteoros, o céu precisa estar aberto e livre de nuvens. É recomendado ir para um lugar afastado da cidade e das luzes, já que elas ofuscam as estrelas e prejudicam a visão.
Desta vez, a Lua não afetará a visibilidade da chuva de meteoros. “A Lua estará na fase Nova, portanto, não atrapalhará a visibilidade desses meteoros que serão, em sua maioria, menos brilhantes que o usual por conta de sua baixa velocidade de entrada em nossa atmosfera”, destacou De Cicco ao Observatório.
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