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Vale nega adulteração de dados sobre lama em barragem

Vale rebateu acusações feitas pela Polícia Federal de que teria adulterado dados sobre a lama jogada na barragem do Fundão


	Tragédia em Mariana: Vale afirma que não adulterou dados sobre volume de lama que era jogado na barragem que ruiu
 (Antonio Cruz/ Agência Brasil)

Tragédia em Mariana: Vale afirma que não adulterou dados sobre volume de lama que era jogado na barragem que ruiu (Antonio Cruz/ Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 3 de junho de 2016 às 09h55.

São Paulo - A Vale nega "veemente que tenha ocorrido qualquer adulteração de dados por parte da empresa".

A informação foi publicada em comunicado nesta sexta-feira, 3, no jornal Folha de S.Paulo e responde à matéria do dia 31 de maio sobre o rompimento da barragem da Samarco, sua controlada, em Mariana (MG), no dia 5 de novembro de 2015.

"Não houve nem poderia haver qualquer alteração de dados sobre o lançamento de lama na barragem de Fundão em seus Relatórios Anuais de Lavra (RALs), pois a Vale não fez reporte sobre tal estrutura, operada por outra empresa, no caso a Samarco."

A empresa informa que houve, de fato, retificações nos RALs referentes ao ano-base de 2010 a 2014 por uma divergência no entendimento de conceitos técnicos em alguns itens e equívocos aleatórios de digitação.

"A divergência técnica foi sanada após reunião de alinhamento, em 18 de dezembro de 2015, com o DNPM", informa a mineradora, que acrescentou que dos 3.350 campos presentes no RAL, houve necessidade de retificação de apenas 1% das informações.

"Um dado que foi mantido inalterado foi o teor de concentração de minério de ferro nas operações da usina de Alegria."

Segundo a Vale, a informação sobre retificação foi compartilhada com Polícia Federal e Ministério Público e no dia 16 de março de 2016 novos esclarecimentos foram prestados à DNPM sobre a RAL ano-base 2014.

Segundo detalhes do relatório da Polícia Federal, também publicado pelo O Estado de S. Paulo em 1º de junho, a Vale mantém próxima da área de Fundão a mina de Alegria.

Segundo o relatório, foi constatada "diferença entre (o volume) declarado pelas empresas Vale e Samarco e a quantidade real de rejeitos de lama despejada na barragem de Fundão", além de "não informação", a técnicos que fariam a declaração de estabilidade da estrutura, de que rejeitos da Vale eram lançados na represa.

A constatação foi sustentada, entre outros pontos, a partir de depoimento do gerente-geral de Operações da Samarco na época, Wagner Milagres.

Aos delegados, o funcionário da mineradora disse aos delegados que "a Samarco não fazia nenhum tipo de medição de lama depositada pela Vale na Barragem de Fundão". Um contrato previa o uso de Fundão para lançamento de rejeitos pela Vale.

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