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Transporte mais limpo, eficiente e barato do Brasil é pouco utilizado

Líder no setor de logística hidroviária, a Hidrovias do Brasil tem atuado há mais de 10 anos no aproveitamento do modal mais promissor do país: as hidrovias

Brasil tem mais de 60 mil quilômetros de rios navegáveis, porém menos de 30% desse potencial é utilizado de forma econômica ou comercial (Linkedin/Reprodução)
TC

Thais Cancian

Publicado em 10 de maio de 2022 às 19h04.

Última atualização em 10 de maio de 2022 às 19h07.

Com uma extensão territorial que ocupa 47% da América do Sul, o Brasil é reconhecido mundialmente por apresentar uma fauna e flora riquíssimas. Mas o potencial natural brasileiro não para por aí - o país também é dono da maior bacia hidrográfica do mundo. Apesar disso, a logística hidroviária do Brasil ainda é pouquíssimo aproveitada.

Para discutir o tema, os CEOs da EXAME, Renato Mimica e Pedro Valente, receberam o CEO da Hidrovias do Brasil, Fabio Schettino, para um bate-papo no mais recente episódio do CEO Talks. O programa sai toda terça-feira, no canal do YouTube da EXAME.

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“Estamos falando de um modal muito limpo, socialmente responsável, ambientalmente amigável, com custos mais eficientes, mas ainda bastante subaproveitado. O Brasil tem mais de 60 mil quilômetros de rios navegáveis. Menos de 30% desse potencial é utilizado de forma econômica ou comercial”, disse o executivo. “Temos a maior bacia hidrográfica do mundo, e somente uma parte ínfima de cargas a granel é transportada por rio.”

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Hidrovias do Brasil: explorando o modal de transporte mais limpo e eficiente do país

Atual líder do setor de logística hidroviária, a Hidrovias do Brasil é uma empresa de logística integrada com foco no aproveitamento do transporte hidroviário em toda a América Latina. Fundada em 2010 pelo fundo de infraestrutura do Pátria Investimentos, tem desenvolvido e explorado um dos modais de transporte mais promissores do território brasileiro - 1 comboio da Hidrovias do Brasil é capaz de substituir a frota de 1.500 a 1.600 caminhões.

CFO da companhia desde 2012, Fabio Schettino assumiu a presidência em 2020. Na entrevista para o CEO Talks, ele contou em detalhes como a empresa nasceu, sua atuação no Brasil e na América do Sul, como lidaram com a crise hídrica de 2021, suas iniciativas socioambientais e como pretendem seguir inovando no transporte hidroviário do país.

Mas, afinal, por que o Brasil não tem hidrovias tão representativas, mesmo apresentando características naturais tão poderosas? De acordo com Schettino, a resposta não está na capacidade de navegar. “O que limitou o crescimento foi a falta de infraestrutura, de carga e descarga, o que é chamado de integração logística, de multimodalidade”, explicou. “As hidrovias sempre estiveram lá, a capacidade de navegação sempre esteve lá. O que fizemos foi investir na integração logística.”

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Crise hídrica: “inovação também é necessária em momentos ruins”

Comentando a atuação da Hidrovias do Brasil durante o período de crise hídrica que marcou o país no ano passado, Schettino afirmou que “o que houve no ano passado foi um ‘ponto fora da curva’. Foi um evento intenso que não acontecia há 90 anos, então não se esperava que fosse replicado com muita frequência.”

Ainda assim, em meio à crise, a organização foi capaz de se provar em termos de resiliência. “Sazonalidade faz parte do negócio. A companhia entregou uma geração de caixa muito compatível com o ano anterior (2020), num ano em que havia pouca água para navegar”, contou o presidente.

“Nós, quando paramos de navegar, fomos os últimos. E fomos os primeiros a voltar a navegar quando o rio começou a se recuperar”, pontuou. “Conseguimos uma performance muito positiva em função da gravidade do evento - 90% de market share. Neste ano, com a recuperação do rio, já estamos com a frota plena navegando”, finalizou Schettino. Clique aqui para assistir ao bate-papo completo .

Planejando o futuro

Pensando no futuro da Hidrovias do Brasil, Schettino compartilhou um pouco do que a empresa tem previsto para os próximos anos. “Queremos cada vez mais caminhar na multimodalidade, como um provedor de logística multimodal para atender cargas a granel no continente.”

“Já somos líderes de navegação fluvial na América do Sul, tocamos as principais bacias hidrográficas, que são a Bacia Amazônica e a Hidrovia Paraguai-Paraná. Mas ainda queremos expandir rotas no Norte, consolidar o mercado no Sul, e também explorar outras bacias hidrográficas menores”, disse o empresário. Clique aqui para conferir a entrevista na íntegra .

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