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"Tinder dos pontos comerciais": startup promete encontrar os melhores imóveis para os negócios

Estruturada ao longo dos últimos 10 meses, a Best Spaces recebeu R$ 1,5 milhão em investimentos

Raphael Karan, da Best Spaces: "eu brinco que todo ponto comercial tem a sua cara metade, tem o seu varejista ideal' (Best Spaces/Divulgação)

Raphael Karan, da Best Spaces: "eu brinco que todo ponto comercial tem a sua cara metade, tem o seu varejista ideal' (Best Spaces/Divulgação)

Marcos Bonfim
Marcos Bonfim

Repórter de Negócios

Publicado em 29 de janeiro de 2024 às 12h49.

Última atualização em 29 de janeiro de 2024 às 15h38.

Um dia é um açougue, no outro um banco e no outro uma hamburgueria hipster com a promessa de oferecer a melhor batata frita da última semana. Os exemplos não são reais, mas todo mundo já teve impressões semelhantes sobre determinados endereços comerciais, o que dá origem a lendas urbana como aquelas que versam sobre alguns lugares terem uma "caveira enterrada".

Uma nova startup no pedaço, a Best Spaces, pretende ajudar empresas a evitar este tipo de situação - e evoluir das crenças para os dados. Estruturada ao longo dos últimos 10 meses, a plataforma usa inteligência artificial para fazer uma varredura nos endereços comerciais disponíveis em sites de locação de imóveis no país, à la Google. A partir daí, cruza os endereços com cerca de 30 indicadores, como registros de meios de pagamento, dados do IBR-BR, potencial de consumo, número de habitantes e negócios concorrentes da região, etc.  

Qual o modelo de negócio da Best Spaces

A premissa da startup paulistana é de que a combinação dos dados leve ao “match perfeito” e à indicação de pontos comerciais que façam sentido para o tipo de negócio de varejistas ou empreendedores. 

“Eu brinco que todo ponto comercial tem a sua cara metade, tem o seu varejista ideal, só que essa decisão precisa ser tomada através de dados”, afirma Raphael Karan, fundador da Best Spaces. 

Ao contrário de negócios como a Sua Quadra, proptech que funciona como uma imobiliária para conectar empreendedores a pontos comerciais, a proposta da startup é ser uma ferramenta de dados - ou seja, sem intermediar as transações entre locador e locatário. 

A startup ganha dinheiro com a oferta de planos, com o tradicional modelo freemium, aqueles pacotes que vão do gratuito ao pago e altamente personalizável. A oferta com preço mais elevado sai pelo valor de R$ 190 por mês. Hoje, o número de imóveis na plataforma supera mais de 500.000 imóveis, distribuídos por mais de 5.000 municípios.

“Eu quero atender as grandes marcas e varejistas, que gastam dezenas de milhares de reais com pesquisa por ano, mas também aquele pequeno varejista, da micro, pequenas e médias empresas que não têm condições de pagar, em média, 50 mil reais para analisar um bairro”, afirma Karan. 

Como o negócio foi criado

No comando do negócio, o profissional passou mais de 20 anos no mercado de shopping centers, com experiência em empresas como Almeida Junior, Multiplan, Cyrella e Westfield. Na Cyrela, por exemplo, o executivo liderou a comercialização e desenvolvimento do Shopping Cidade São Paulo, empreendimento encravado na Av. Paulista.

A migração para o empreendedorismo veio da identificação de uma dor, a dificuldade para encontrar endereços comerciais que se conectem com os desejos e ambições dos negócios. “Na grande maioria dos varejistas, a decisão do ponto é por puro ‘feeling’”, afirma Karan.

A Best Spaces recebeu investimentos de R$ 1,5 milhão para ser construída. Metade do dinheiro veio das mãos de family e friends. Ao longo do ano, o objetivo é captar mais R$ 5 milhões.

Os recursos serão usados para investir em ganho de escala, disponibilização de mais dados na plataforma e atração de clientes, a partir de estratégias de relacionamento e marketing. A expectativa da Best Spaces neste primeiro ano é de conquistar mais de 8.000 usuários e fechar com receita de R$3,7 milhões.

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