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Telefónica sairá da Telecom Italia após compra da GVT

Relações tensas entre as companhias culminaram na semana passada quando a Telefónica venceu a Telecom Italia na compra da GVT


	Telefônica: empresa já tomou medidas para vender parte de sua fatia na Telecom Italia
 (Angel Navarrete/Bloomberg)

Telefônica: empresa já tomou medidas para vender parte de sua fatia na Telecom Italia (Angel Navarrete/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 1 de setembro de 2014 às 14h17.

Santander - A espanhola Telefónica planeja sair da Telecom Italia após o grupo espanhol finalizar a compra da unidade brasileira de banda larga da francesa Vivendi, a GVT, disse o presidente do Conselho da companhia, César Alierta, nesta segunda-feira, encerrando uma participação de muito tempo e reduzindo preocupações concorrenciais.

Relações tensas entre as companhias da Espanha e da Itália culminaram na semana passada quando a Telefónica venceu a Telecom Italia em uma disputa pela compra da GVT, um golpe contra a companhia italiana que pode transformá-la um alvo de aquisição em uma indústria que se consolida rapidamente.

"Após a operação da GVT a mensagem é clara, não queremos permanecer na Telecom Italia", disse Alierta para jornalistas após participar de uma conferência sobre telecomunicações em Santander, no norte da Espanha.

A Telecom Italia não quis comentar.

A Telefónica já tomou medidas nos últimos meses para vender parte de sua fatia na Telecom Italia, que detém por meio da holding Telco. A empresa espanhola deterá 8,3 por cento dos direitos a voto na Telecom Italia depois de converter um bônus de três anos conversível em ações da Telecom Italia.

A Telefónica ofereceu estes direitos remanescentes à Vivendi como parte de sua oferta em dinheiro e ações pela GVT na semana passada totalizando 7,45 bilhões de euros (9,8 bilhões de dólares), sinalizando que estava pronta para cortar laços com a Telecom Italia.

A Telefónica disse que emitiria 3,4 bilhões de euros em novas ações para ajudar a financiar a parte em dinheiro do acordo com a GVT, mas Alierta disse que também pode usar ações detidas em tesouraria se as condições do mercado tornarem um aumento de capital muito difícil.

"Não estamos preocupados sobre o financiamento do acordo com a GVT. Obviamente, podemos usar nossas ações em tesouraria para determinados fins... e se o mercado ficar histérico porque tanques russos estão entrando na Ucrânia, não é 'culpa' de nossos acionistas", disse.

Os mercados europeus estão mirando a escalada das tensões na Ucrânia, que anunciou nesta segunda-feira que suas forças estão novamente sob fogo de tanques russos.

Preocupações regulatórias

Deixar sua participação na Telecom Italia ajudaria o grupo baseado em Madri a acalmar reguladores sobre a concorrência no Brasil, seu segundo maior mercado atrás da Espanha em termos de geração de caixa.

A Telefónica controla Vivo, operadora de telefonia líder no Brasil, que compete diretamente contra a unidade local da Telecom Italia, a TIM Participações.

Em dezembro, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) deu 18 meses à Telefónica para vender sua fatia na Telecom Italia ou buscar um novo parceiro para a Vivo.

As italianas Intesa Sanpaolo, Mediobanca e Generali formaram em 2007 a holding Telco com a Telefónica, com a meta de afastar uma oferta de aquisição da Telecom Italia pelo grupo norte-americano AT&T e pelo magnata russo Carlos Slim.

Apesar de o movimento, que foi estratégico para a Telefónica, ter obtido sucesso ao evitar uma aquisição norte-americana da Telecom Italia, acabou sendo um investimento deficitário.

Agora a Vivendi deve aceitar a chance de assumir 5,7 por cento das ações da Telefónica na Telecom Italia, ou 8,3 por cento dos direitos a voto, disseram fontes à Reuters, e também pode acabar se tornando o maior investidor na companhia italiana.

Analistas têm especulado que, mais tarde, a Vivendi também pode comprar a participação dos investidores italianos.

Os sócios italianos da Telco também afirmaram que venderiam eventualmente suas ações na Telecom Italia, que totalizam uma fatia combinada de 7,6 por cento.

Atualizado em 01/09 às 14h17

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