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Suzano vai lançar marca própria de papel higiênico

Para preparar o terreno, a companhia investiu R$ 540 milhões, renovou equipamentos de duas fábricas e contratou executivos com passagens por multinacionais

Suzano: mercado de papel higiênico será apenas o primeiro passo da estratégia de bens de consumo da companhia (Germano Luders/Site Exame)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de agosto de 2017 às 10h19.

Última atualização em 3 de agosto de 2017 às 13h28.

A Suzano vai passar os próximos meses preparando sua chegada ao varejo brasileiro. Em uma reorganização recente, a fabricante de papel e celulose criou uma divisão dedicada aos bens de consumo, com o objetivo de lançar uma marca - ainda não definida - nas lojas a partir de janeiro de 2018. Para preparar o terreno para esse novo negócio, a companhia investiu R$ 540 milhões. Renovou equipamentos de duas fábricas e contratou executivos com passagens por multinacionais, como Unilever e Kimberly Clark.

Ex-presidente da Unilever no México, o brasileiro Flávio Prado vai capitanear o lançamento de uma linha de papel higiênico. A produção começa neste trimestre, ainda voltada para o atacado. Ontem, em entrevista ao Estado, o presidente da Suzano, Walter Schalka, afirmou que os primeiros itens destinados para o varejo começarão a ser produzidos no fim do ano, com lançamento previsto para janeiro de 2018.

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O executivo diz que, neste momento, estão sendo montadas as equipes de distribuição e marketing da Suzano. Depois disso, será criada uma nova marca, vendida diretamente ao consumidor - hoje, o relacionamento da Suzano está restrito a outras empresas, com pouco contato com pessoas físicas.

Segundo Schalka, o mercado de papel higiênico será apenas o primeiro passo da estratégia de bens de consumo da companhia. "Buscaremos outras formas de rentabilizar os ativos que já temos", diz ele. A ideia é fazer investimentos relativamente baixos para criar novas opções de receita. Após a linha de papel higiênico, a Suzano pretende lançar no varejo outros derivados de "tissue", como lenços de papel e guardanapos.

Como o objetivo da companhia é lançar sua marca primeiramente nos mercados do Norte e do Nordeste, as fábricas que receberam o investimento para produzir papel "tissue" foram as de Mucuri (BA) e Imperatriz (MA). Schalka diz que a divisão de consumo da Suzano poderá buscar outras alternativas de produtos para se relacionar diretamente com o consumidor. "Não somos experts ainda, mas já vamos começar nesse setor jogando", diz ele. "O objetivo é que nossa nova marca chegue a milhões de residências."

Segundo a consultoria Euromonitor, o mercado de papel higiênico deve movimentar R$ 7,1 bilhões em 2017, com previsão de expansão de 1,8% sobre o resultado de 2016. As cinco principais marcas somam 44% do setor - o que evidencia ainda uma pulverização. As cinco principais marcas do setor são Personal, Mili, Neve, Paloma e Sublime, informou a Euromonitor.

Produção ajustada

Sem previsão de novos projetos para expansão significativa da produção de celulose, a Suzano investe em ganhos incrementais para continuar a crescer - a fábrica de Imperatriz, por exemplo, fará em breve uma parada técnica para ajustes que, segundo Schalka, vão ampliar sua capacidade em 10%, para 1,65 milhão de toneladas.

Embora não descarte eventual oferta pela Eldorado, a Suzano já avisou que não vai entrar em qualquer "leilão" pelo ativo. Segundo o presidente da empresa, embora esteja em expansão, o mercado de celulose receberá 4,7 milhões de toneladas extras de produto com as novas fábricas previstas pela brasileira Fibria e pela chinesa APP (Asia Pulp and Paper).

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