Supremo joga Eletrobras em nova leva de incertezas
Ministro Ricardo Lewandowski concedeu nesta quarta-feira uma liminar suspendendo o leilão de privatização da Ceal, distribuidora da Eletrobras em Alagoas
Da Redação
Publicado em 28 de junho de 2018 às 06h59.
Última atualização em 28 de junho de 2018 às 07h36.
A estatal de energia Eletrobras deve ter uma quinta-feira de grandes emoções. A companhia mergulhou numa nova rodada de incertezas depois que o ministro Ricardo Lewandowski , do Supremo Tribunal Federal (STF) , concedeu nesta quarta-feira uma liminar suspendendo o leilão de privatização da Ceal, a distribuidora da Eletrobras em Alagoas. Como a decisão vem às vésperas do recesso do Supremo, joga a companhia em semanas de indefinição.
Depois de a privatização da Eletrobras ter subido no telhado, o governo federal e a companhia apostam todas as fichas na venda de seis distribuidoras que tragam algum alívio financeiro à empresa. O leilão está marcado para o dia 26 de julho, e a Ceal é considerada um dos ativos mais interessantes do lote, segundo investidores.
Além da péssima notícia para a Eletrobras, Lewandowski também complicou a vida do governo com outra decisão tomada nesta quarta-feira. O ministro concedeu outra liminar, impedindo que o governo venda, sem autorização do Legislativo, o controle acionário de empresas públicas de economia mista, como é o caso de Petrobras, Eletrobras e Banco do Brasil, por exemplo. A decisão também inclui empresas subsidiárias e controladas das estatais e abrange as esferas estadual e municipal da administração pública.
Com isso, na prática, ficam suspensas as privatizações de estatais de capital aberto no país. Lewandowski proferiu a decisão ao julgar uma ação direta de inconstitucionalidade aberta em novembro de 2011 pela Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenaee) e pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/Cut).
O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou ao jornal Valor que o governo recorrerá da decisão que altera os trâmites de privatização das estatais e que prejudica essencialmente a Eletrobras. A estatal de energia acumula perda de 55% de seu valor de mercado desde fevereiro, quando seus planos de privatização subiram de vez no telhado.