Sob nova gestão, iFood prepara investimentos em startups e mira verticais de mercado e de benefícios
Os primeiros aportes da empresa devem ser anunciados ainda neste segundo semestre
Repórter de Negócios
Publicado em 23 de julho de 2024 às 12h59.
Última atualização em 23 de julho de 2024 às 15h45.
Em mais um esforço para acelerar a verticalização dos negócios, o iFood deve intensificar a agenda de investimentos em startups e até fusões e aquisições. De acordo com Diego Barreto , CEO da operação desde maio deste ano, a empresa trabalha com um planejamento de fazer três investimentos em startups e uma fusão por ano.
Com oito anos de casa no papel de CFO e líder de inovação, o executivo substituiu a Fabricio Bloisi, fundador da Movile e presidente do IFood, que deixou a operação para assumir a gestora de investimentos Prosus, controladora do aplicativo .
“Nós estamos olhando para startups com soluções de mercado e também de benefícios”, afirma o CEO. Segundo Barreto, a empresa procura por negócios que entreguem novas camadas de serviços e contribuam para acelerar o crescimento das verticais. Os primeiros investimentos devem ser anunciados ainda neste segundo semestre.
O objetivo da empresa é aportar capital em startups nas quais possam assumir o controle no futuro."Nós não somos investidores financeiros", disse. O executivo falou com a EXAME no Media Day, evento organizado pela empresa em sua sede em Osasco, município paulista, para mostrar o modelo de negócios e os seus investimentos sociais à imprensa.
Os recursos para os aportes virão da geração de caixa próprio. Por ano, o iFood dispõe de R$ 1 bilhão para investimentos em inovação, incluindo desenvolvimento de produtos, tecnologia e contratação de pessoas. É deste montante que sairão os recursos para avançar nesta frente de crescimento inorgânico.
Por que as verticais de mercado e benefícios
Mais novas, as verticais de mercado e benefícios estão entre as que mais crescem na receita do iFood, que fechou em US$ 1,2 bilhão no ano passado, de acordo com os números apresentados no balanço da Prosus - em real, o valor é equivalente a R$ 6,7 bilhões.
Juntas, as duas verticais respondem por 40% de todo negócio da empresa. Em ritmo de velocidade, ‘mercado’, que engloba farmácias e petshops, e a ‘fintech’, com crédito aos restaurantes e benefícios, crescem a taxas superiores a 50%.
"Benefícios, por exemplo, nós dobramos no ano passado e devemos dobrar de novo agora, chegando ao final deste ciclo com 1,3 milhão de vidas", afirmou recentemente Barreto a EXAME, logo após assumir a nova posição na empresa.
O setor de benefícios movimenta hoje cerca de R$ 150 bilhões por ano. Concentrado por décadas em grandes corporações, o mercado tem convivido com a entrada de novas empresas nos últimos anos, devido a mudanças regulatórias. É neste contexto que o iFood abriu a sua divisão de negócios, em operação desde 2020.
As últimas aquisições
Recentemente, o iFood anunciou a incorporação da Zoop como parceira de pagamentos para lançar o seu banco digital para restaurantes, o iFood Pago. A startup estava no portfólio da Movile.
Antes, a última aquisição tinha sido da Anota Aí em 2022, startup gaúcha com robô de atendimento pelo WhatsApp, cardápio digital e gerenciamento de pedidos dos restaurantes. Hoje, a plataforma tem ajudado a empresa a atrair consumidores em outros canais, como o WhatsApp.