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Santander: “Podemos até ter um Natal sem produtos nas lojas”

Banco mostra otimismo com a retomada da economia depois de lucrar R$ 1,9 bilhão em apenas três meses, 10,3% mais que um ano antes

Otimismo: para Santander, sinais de melhora da economia são evidentes (Leon Neal/AFP/AFP)

Tatiana Vaz

Publicado em 26 de outubro de 2016 às 16h21.

São Paulo – O Santander Brasil voltou a ser a principal subsidiária do grupo espanhol, além de acumular um lucro de R$ 1,9 bilhão em apenas três meses, 10,3% mais que um ano antes.

Os sinais de melhoria da economia, com taxa de juros, política estável e inflação controlada, são ao banco um otimismo suficiente para crer em um aumento de consumo maior do que os estoques das empresas é hoje capaz de suportar.

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“Podemos até ter um Natal sem produtos nas lojas”, disse Sérgio Rial, presidente do Santander Brasil, em encontro com a imprensa na manhã de hoje.

Os ganhos maiores com captações e operações renderam um incremento de receitas de 5,9%. O banco atingiu uma margem financeira bruta de R$ 8,27 bilhões no 3º trimestre – 8,3% superior a 12 meses atrás.

Do total, R$ 5,36 bilhões vieram de créditos concedidos – e o consignado para pessoas físicas teve um peso grande, com o crescimento de 6,1% em três meses e 27,2% em um ano.

“Os empréstimos de R$ 1 bilhão destinado a franquias também nos rendeu bons resultados, com bom potencial de ganhos futuros”, disse Rial. O Santander tem uma área destinada a atender esses modelos de negócios.

A inadimplência não é uma preocupação. “Nossos números estão absolutamente sob controle”, disse Rial a jornalistas.

Comissão maior

Além de focar em pequenos empresários e pessoa física para aumento de carteira e volume transacionado, o banco trabalhou no aumento das comissões e no corte de despesas.

Os valores recebidos dos clientes em troca de produtos e serviços subiu 17% nos últimos 12 meses e 3,3% de julho a setembro e atingiu o montante de R$ 3,4 bilhões no período.

Por outro lado, as despesas subiram apenas 2% no terceiro trimestre e 7,5% em um ano, um montante de R$ 4 bilhões nos três meses.

Na prática, o Santander ganhou mais eficiência operacional, com o gasto de R$ 46,20 para cada R$ 100 de receita com cada operação.

As transações digitais, que hoje representam 20% de todas as feitas no banco, também ajudaram a reduzir os gastos – elas custam dois terços de uma convencional.

Crescimento orgânico

Depois de participar da disputa pelo Citibank no Brasil – e perder pro Itaú – o banco não pretende investir em aquisições de concorrentes, afirmou o presidente.

A “distração” trazida pelo ativo comprado não pode ser maior que o retorno que tal compra e sinergia com um rival pode gerar, segundo ele.

“No entanto, se na reestruturação do Brasil houver na mesa a negociação de um banco estadual, estaremos lá”, disse Rial.

O Banco Postal, que passará por licitação em novembro, como anunciado pelos Correios recentemente, não está no radar porque o “valor atribuído é maior” do que o valor que o Santander atribuiria ao negócio.

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