Reserva tem desempenho acima do esperado, diz Birman, CEO da Arezzo&Co
Arezzo&Co registra crescimento e lucro no segundo trimestre e Reserva se consolida como a terceira maior marca do grupo. "Teremos em 2021 o que era nossa meta para 2022", diz Alexandre Birman à EXAME
Marina Filippe
Publicado em 13 de agosto de 2021 às 16h31.
A varejista de moda Arezzo registrou, no segundo trimestre de 2021, receita bruta de 706 milhões de reais, aumento de 208% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Já o lucro líquido ajustado de 47 milhões representa um crescimento de 253%. Os resultados também foram melhores do que em 2019, quando não havia pandemia.
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Entre os destaques da operação estão as vendas no e-commerce, que registraram 175 milhões de reais, um salto de 18% e 254% na comparação trimestral com 2020 e 2019, respectivamente. Além da consolidação da Reserva, adquirida em outubro por 750 milhões de reais, e que no trimestre teve receita de 143 milhões de reais, atrás apenas das marcas core Arezzo e Schultz.
"O resultado da Reserva é melhor do que o esperado. Teremos em 2021 o que era nossa meta para 2022: perto dos 700 milhões de reais. No próximo ano esperamos chegar a 1 bilhão de reais", disse Alexandre Birman, presidente da Arezzo&Co à EXAME.
Segundo o executivo, isto é possível a partir do modelo de trabalho do grupo, baseado em mais ciclos de negócios. Em marcas de calçados e bolsas como a Schutz há 18 ciclos, na Reserva eram os quatro tradicionais da moda e passaram a ser 12 ciclos já em 2021.
"O ciclo é uma coleção que tem produtos com destaque na comunicação, investimento em material visual, treinamento de equipe de vendas e outros incentivos para a saída dos itens", diz Birman.
Entre as novidades da Reserva neste ano está a collab de Carnaval com a Mangueira, o primeiro tênis feminino da marca, lançado no Dia das Mães em campanha estrelada por Regina Casé, e um sistema de assinaturas de peças básicas lançado em junho. "Estamos testando uma coleção de produtos femininos da Reserva, mas precisamos entender o posicionamento".
Para a Reserva há outras ações como lançamentos de lojas e expansões de importantes unidades, como as de Leblon e Ipanema, no Rio de Janeiro. Além disso, assim como para toda a Arezzo&Co, o calçado é importante e salta de 10% para 21% do total das vendas da marca desde a compra.
É por isso também que há investimentos no lançamento de calçados na Baw, marca adquirida em junho e que tem previsão de faturamento de 15 milhões de reais em agosto. "Estamos mantendo o estilo da marca, de roupas sem gênero para jovens, mas também lançando calçados e abrindo poucas lojas para não perder a identidade. A primeira delas será inaugurada em setembro no Bom Retiro, em São Paulo. A intenção é gerar um destino com entretenimento, hamburgueria e mais".
Ainda em relação às aquisições, a companhia registra 85 milhões em faturamento na Vans (comprada em outubro de 2019). Isto é um crescimento de 150% quando comparado a 2020. "Assumimos a Vans em janeiro de 2020. Dos 18 meses de operação estamos 15 em pandemia. Ainda assim o resultado deste ano será o dobro de 2019, quando a marca não era nossa. O e-commerce triplica e chega a 27% do total no segundo trimestre, ao mesmo tempo em que investimos em lojas físicas e ações como a inauguração da maior flagship do país, na Avenida Paulista, em 3 de setembro”, diz Birman.
Digitalização
Com a ajuda do digital a Arezzo&Co tem mais clareza sobre os clientes. “No segundo trimestre tivemos 292 mil novos clientes, 71% mais que no ano anterior. Também crescemos em 25% os clientes que compram mensalmente e reativamos muitos daqueles que não compravam há doze meses”, afirma Birman. Segundo ele, porém, por conta da LGPD não é possível vincular o mesmo cliente a compra de diferentes marcas.
Outro fator importante é o sistema desenvolvido durante a pandemia para que as vendedoras trabalhem mesmo com as lojas fechadas. Com essa comunicação elas conseguiram influenciar o resultado que segue encabeçado pela Arezzo (com faturamento de 190 milhões de reais no período) e Schutz (com 181 milhões de reais) .
Por fim, de olho em novos consumidores, a companhia investe na MyShoes, marca de calçados e bolsas femininas para as classes B- e C+, em parceira com o Mercado Livre ao menos durante três anos.
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