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Recuperação judicial da Odebrecht era esperada, diz presidente do BB

Rubem Novaes afirmou que, em situações como esta da Odebrecht, a exigência é de provisão mínima de 30% da dívida descoberta

Rubem Novaes: "Nós temos 50% de provisão. Então, a situação é extremamente tranquila" (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Rubem Novaes: "Nós temos 50% de provisão. Então, a situação é extremamente tranquila" (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de junho de 2019 às 16h04.

Brasília — O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, afirmou nesta quarta-feira, 19, que a recuperação judicial da Odebrecht já era esperada e que o banco está "bem provisionado" para enfrentá-la. Segundo ele, o Banco do Brasil está descoberto (sem garantias) em cerca de R$ 4 bilhões em sua relação com a Odebrecht.

"Destes R$ 4 bilhões, R$ 2 bilhões estão provisionados", explicou. Assim, de acordo com o executivo, qualquer haircut (abatimento de dívida) inferior a 50% traria uma situação de aumento de lucro para o banco.

Novaes afirmou que, em situações como esta da Odebrecht, a exigência é de provisão mínima de 30% da dívida descoberta. "Nós temos 50% de provisão. Então, a situação é extremamente tranquila", afirmou. "E você nunca vai perder tudo. Provavelmente, perde um porcentual do que está em jogo", acrescentou.

O presidente do BB afirmou ainda que o lucro da instituição será afetado apenas se o haircut for superior a 50%. "No caso da Oi, o banco acabou aumentando a rentabilidade depois desta situação (de recuperação), porque estávamos mais provisionados que o necessário", disse. "A expectativa em relação à Odebrecht é que ocorra o mesmo."

Novaes participou na manhã desta quarta de reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente indicado para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano. O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, não participou do encontro, apesar de agenda distribuída na noite de quarta pelo ministério prever a presença do executivo.

Falando de forma geral em relação ao pedido de recuperação judicial da Odebrecht, Novaes afirmou na saída do ministério que "os bancos estão preparados em termos de provisão para enfrentar a situação". "Agora, vamos ver qual é o melhor caminho", disse, em referência às negociações entre Odebrecht e credores.

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