Veolia: há quase 20 anos no Brasil, empresa estrutura projetos de gestão global da cadeia de água, resíduos e gestão energética de indústrias e governos municipais (VEOLIA/Divulgação)
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Publicado em 14 de novembro de 2022 às 12h30.
Última atualização em 14 de novembro de 2022 às 15h33.
O último Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgado neste ano, apontou que as emissões de gases de efeito estufa (GEE) aumentaram 12% ao longo da última década, atingindo 59 gigatoneladas de CO2 equivalente (GtCO2e) em 2019.
Mas, para alcançar a meta de 1,5 °C do Acordo de Paris, as emissões precisam parar de crescer em 2025, e mais: cair 43% até 2030 em relação aos níveis de 2019.
Ainda segundo o estudo, a intensidade das emissões de carbono do setor industrial e da queima de combustíveis fósseis (o total de CO2 por unidade de energia produzida) caiu 0,3% por ano na última década. Entretanto, para atingir a meta de temperatura, essa queda precisaria ser 7,7% por ano, ou 25 vezes maior.
A Veolia, empresa líder na gestão de recursos ambientais com soluções para indústrias e municípios cumprirem metas ambientais e de desenvolvimento sustentável, tem ajudado as organizações no Brasil nesse desafio.
Há quase 20 anos no Brasil, a empresa estrutura projetos de gestão global da cadeia de água, resíduos e gestão energética de indústrias e governos municipais, além de desenvolver modelos e tecnologias que vão ao encontro das necessidades dessas organizações.
“As indústrias têm o desafio de atender à temática ambiental e às metas ESG sem impactar o custo da produção”, aponta Pedro Prádanos, CEO da Veolia no Brasil. “Nossas soluções personalizadas ajudam a reduzir as emissões de carbono e a preservar os recursos naturais e a biodiversidade com eficiência e economia de recursos.”
O executivo acredita que a conscientização em relação às mudanças climáticas e à descarbonização não é mais uma opção, mas sim uma obrigação, uma vez que empresas que não cumprirem metas serão penalizadas.
Além disso, nos últimos dois anos, houve uma aceleração da conscientização ambiental, tornando ainda mais importante a descarbonização pela indústria para que ela se mantenha competitiva.
“Antes, o tema parecia longe: ninguém falava sobre mudanças climáticas e as soluções propostas eram consideradas custo”, afirma José Renato Bruzadin, diretor de desenvolvimento de negócios industriais e serviços energéticos da Veolia Brasil. “Mas o futuro virou presente, e a descarbonização se tornou essencial, pois não existe outro planeta. O Brasil tem o compromisso de reduzir as emissões de carbono em 50% até 2030 e chegar à neutralidade em 2050”.
A Veolia segue um passo a passo na implementação dos projetos de descarbonização que executa. “Todos os nossos colaboradores têm metas alinhadas aos ODS [Objetivos de Desenvolvimento Sustentável] da ONU e atreladas ao seu bônus”, aponta Prádanos.
A empresa também tem planos de gerar 100% da energia consumida em suas instalações, começando pela França e ampliando para os demais países. Outro projeto que está previsto para o próximo ano é produzir 5% mais de energia e consumir 5% menos.
Em 2021, a Veolia evitou a emissão de 1,2 milhão de toneladas de CO2 só no Brasil. Este ano, a previsão é não emitir 1,4 milhão de toneladas e, em 2023, mais 1,5 milhão de toneladas. Com esses números a empresa estará entre as companhias com a maior quantidade evitada de CO2 no país.
No Brasil, a principal barreira para a indústria iniciar um processo de descarbonização é o custo. As empresas têm sua atenção naturalmente voltada para o seu core business, e energia, resíduos e água ainda são considerados “acessórios” ou matéria-prima para a produção, segundo o CEO da Veolia.
“O principal erro hoje é querer fazer um projeto barato, rápido e acabar copiando algo que outra empresa fez, mas que não se encaixa em sua realidade, ou improvisar uma solução superficial”, aponta o executivo. “Esses projetos são investimentos que trarão grandes benefícios depois.”
Ele afirma que é preciso dedicar recursos a esses projetos, mas refazer algo pode sair mais caro do que se gastaria inicialmente. Além disso, existe a questão de reputação e imagem. Não alcançar uma determinada meta ou ter um problema ambiental vai custar muito mais para a empresa.
Outro entrave é o capital humano. “Hoje temos de formar pessoas que atuam nesse mercado, e isso implica tempo, dedicação e custos”, aponta o diretor da empresa. Por outro lado, por ser uma empresa global, a Veolia pode “importar” especialistas de suas operações em outros países para atuar no Brasil e/ou adaptar por aqui uma solução já implementada no exterior.
A Veolia, com quase 170 anos de história, tem 230 mil colaboradores no mundo e mais de 1,9 mil no Brasil. Aqui, atende mais de 50 municípios e 3 mil clientes industriais. Ao todo, faz a gestão de mais de 3,5 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos de municípios. Nos últimos dois anos, a companhia registrou crescimento em seu faturamento entre 15% e 20% no Brasil.