Quais foram as empresas que trouxeram Beyoncé ao Brasil
Três negócios, incluindo uma produtora baiana, ajudaram a trazer o fenômeno pop à Bahia na última quinta-feira
Repórter de Negócios
Publicado em 22 de dezembro de 2023 às 11h01.
Última atualização em 17 de janeiro de 2024 às 14h42.
O ano de 2023 foi marcado por megashows para fãs brasileiros. Taylor Swift, Paul McCartney, Coldplay, RBD e Roger Waters foram só alguns dos nomes que passaram por terras tupiniquins com suas turnês.
Para os fãs da Beyoncé, porém, a sensação era que faltava algo. A Renaissance World Tour, turnê com faturamento bilionário da artista que começou em maio na Suécia, não pousou por aqui, apesar do coro dos fãs brasileiros que passaram de país em país gritando "come to Brazil" em seus shows.
Em agosto, porém, a cantora anunciou que finalizaria a turnê com shows nos Estados Unidos, sem nenhuma data no Brasil.
Quando tudo parecia perdido, porém, um burburinho começou a tomar conta das redes sociais. No início desta semana, fãs perceberam uma movimentação diferente em Salvador, na Bahia. Para o lançamento do filme que conta a história da turnê, uma equipe da cantora pousou na Bahia e visitou projetos sociais. Fãs descobriram também que um hotel luxuoso da região estava com andares inteiros reservados.
O burburinho ganhou escala na última quinta-feira, 21, quando fãs perceberam, por meio de um aplicativo, que um avião semelhante ao jatinho de Beyoncé saía de Nova York rumo a Salvador. No mesmo dia, personalidades começaram a receber convites para participar de uma festa especial da artista na cidade. A dúvida era: a cantora iria aparecer ou não?
E não é que a artista veio mesmo? Já na reta final do ano, Beyoncé resolveu dar de "presente de Natal" para seus fãs brasileiros uma presença curta, de 10 minutos, no evento de lançamento de seu filme na cidade, o Club Renaissance, que já havia passado por outras cidades do mundo.
Quem é a Parkwood
Antes da cantora pop entrar no palco, duas marcas ficavam se alternando no telão. Uma delas era da TV Globo, que era coprodutora do evento no Brasil. A outra, menos conhecida pelos brasileiros, era a organizadora oficial da festa, a Parkwood.
A empresa é a marca da Beyoncé responsável pela gestão de shows e de eventos de entretenimento que contam com a artista. O nome da empresa faz referência à rua em que Beyoncé morou no Houston, no Texas.
A marca foi fundada em 2008 pela cantora e ajuda, por exemplo, na produção de seus filmes, clipes musicais, especiais para televisão e, claro, turnês - bilionárias.
Para se ter uma ideia, o Renaissance Tour contou com 56 shows em 39 cidades, com 2,7 milhões de pessoas e um faturamento de 579 milhões de dólares - cerca de 2,9 bilhões de reais.
Além das turnês, a empresa cuida de produtos de moda, como a marca Ivy Park, de gestão e de filantropia.
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O aviso que Beyoncé poderia estar em Salvador chegou à prefeitura 24 horas antes do evento. A secreteria de turismo da cidade, que está com um trabalho para valorizar afrocultura, intermediou a operação junto com a Parkwood, a TV Globo e com a ID Works, uma produtora baiana com liderança majoritariamente feminina.
"Cerca de 24 horas, recebemos os sinais que ela estaria aqui", diz Pedro Tourinho, secretário de turismo de Salvador. "Aí, mobilizamos a Guarda Municipal para fazer a escolta, organizamos o espaço do Centro de Convenções. Alteramos o trânsito sem poder dizer uma palavra do que se tratava, porque tinha o segredo no ar".
A equipe da Parkwood também esteve presente. A vice-presidente da companhia, Justina Omokhua, esteve no evento, apresentou a Beyoncé para o público e tocou Faraó, da Margareth Menezes, para que a artista subisse ao palco.