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Provisões de bancos ocultam problema com inadimplência

Itaú, Bradesco e outros deverão registrar a 1ª queda trimestre a trimestre nas provisões para empréstimos de liquidação duvidosa em pelo menos um ano

Notas de real: lucros de Itaú, Bradesco e Banco do Brasil ficaram abaixo das estimativas com as provisões maiores que o esperado (Uelder-ferreira/Thinkstock)
DR

Da Redação

Publicado em 26 de julho de 2016 às 16h35.

O Itaú Unibanco , o Bradesco e outros grandes bancos do Brasil deverão registrar a primeira queda trimestre a trimestre nas provisões para empréstimos de liquidação duvidosa em pelo menos um ano quando divulgarem seus balanços nos próximos dias.

A boa notícia provavelmente terá vida curta.

“A redução das provisões não necessariamente significa uma melhora da qualidade do crédito”, disse André Riva, analista do GBM Grupo Bursátil Mexicano, em entrevista por telefone, da Cidade do México.

“Pelo contrário, os índices de inadimplência devem continuar subindo pelo menos até o primeiro semestre de 2017. Só começam a cair no segundo semestre”.

As provisões subiram no primeiro trimestre por causa do fracasso da Sete Brasil Participações , a fornecedora de sondas de petróleo que pediu recuperação judicial em abril com R$ 18 bilhões (US$ 5,5 bilhões) em passivos.

Os lucros de Itaú, Bradesco e Banco do Brasil ficaram abaixo das estimativas com as provisões maiores que o esperado.

O segundo trimestre ficou em grande parte livre desse tipo de desastre de crédito para os bancos, mas a pior recessão do Brasil em mais de um século continua elevando os índices de desemprego e de empréstimos de liquidação duvidosa.

Um dos principais indicadores de pagamentos atrasados -- o de recursos livres com mais de 90 dias em atraso -- subiu para um recorde de 5,9 por cento em maio, segundo o Banco Central.

Alto nível

Com a ausência de grandes falências de crédito corporativo no segundo trimestre, as provisões cairão quando os bancos divulgarem seus resultados, de acordo com nota do Credit Suisse a clientes.

O declínio não será substancial e os níveis continuam excepcionalmente altos, disse Riva, do Grupo Bursátil Mexicano.

Representantes do Itaú, do Bradesco e do Banco do Brasil preferiram não comentar sobre as provisões.

O Bradesco divulgará o balanço do segundo trimestre em 28 de julho, seguido pelo Itaú em 2 de agosto e pelo Banco do Brasil em 11 de agosto.

O relatório do segundo trimestre do Itaú consolidará pela primeira vez os resultados do Corpbanca, o banco chileno cuja aquisição foi concluída em abril.

O Bradesco registrou uma provisão de R$ 836 milhões relacionada à Sete Brasil no primeiro trimestre, disse uma pessoa diretamente envolvida com o assunto na ocasião.

As provisões do Itaú subiram 31 por cento, para R$ 7,23 bilhões no período, um aumento que o banco atribuiu a “casos corporativos específicos” que não identificou.

Em maio, o Itaú disse que a elevação no primeiro trimestre foi “antecipatório” e não teve relação com nenhuma empresa específica.

O setor de óleo e gás foi um dos que exigiram provisões mais elevadas, disse Marcelo Kopel, diretor de relações com investidores do banco, na ocasião, preferindo não comentar sobre a Sete Brasil.

O Banco do Brasil, segundo maior credor da Sete Brasil, ampliou suas provisões para R$ 9,15 bilhões no primeiro trimestre, contra R$ 5,65 bilhões um ano antes.

No trimestre anterior, o banco separou recursos para cobrir 70 por cento de sua exposição de aproximadamente US$ 1 bilhão à fornecedora de sondas de petróleo, contra 30 por cento anteriormente, segundo três pessoas informadas sobre as finanças do banco.

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O Itaú Unibanco , o Bradesco e outros grandes bancos do Brasil deverão registrar a primeira queda trimestre a trimestre nas provisões para empréstimos de liquidação duvidosa em pelo menos um ano quando divulgarem seus balanços nos próximos dias.

A boa notícia provavelmente terá vida curta.

“A redução das provisões não necessariamente significa uma melhora da qualidade do crédito”, disse André Riva, analista do GBM Grupo Bursátil Mexicano, em entrevista por telefone, da Cidade do México.

“Pelo contrário, os índices de inadimplência devem continuar subindo pelo menos até o primeiro semestre de 2017. Só começam a cair no segundo semestre”.

As provisões subiram no primeiro trimestre por causa do fracasso da Sete Brasil Participações , a fornecedora de sondas de petróleo que pediu recuperação judicial em abril com R$ 18 bilhões (US$ 5,5 bilhões) em passivos.

Os lucros de Itaú, Bradesco e Banco do Brasil ficaram abaixo das estimativas com as provisões maiores que o esperado.

O segundo trimestre ficou em grande parte livre desse tipo de desastre de crédito para os bancos, mas a pior recessão do Brasil em mais de um século continua elevando os índices de desemprego e de empréstimos de liquidação duvidosa.

Um dos principais indicadores de pagamentos atrasados -- o de recursos livres com mais de 90 dias em atraso -- subiu para um recorde de 5,9 por cento em maio, segundo o Banco Central.

Alto nível

Com a ausência de grandes falências de crédito corporativo no segundo trimestre, as provisões cairão quando os bancos divulgarem seus resultados, de acordo com nota do Credit Suisse a clientes.

O declínio não será substancial e os níveis continuam excepcionalmente altos, disse Riva, do Grupo Bursátil Mexicano.

Representantes do Itaú, do Bradesco e do Banco do Brasil preferiram não comentar sobre as provisões.

O Bradesco divulgará o balanço do segundo trimestre em 28 de julho, seguido pelo Itaú em 2 de agosto e pelo Banco do Brasil em 11 de agosto.

O relatório do segundo trimestre do Itaú consolidará pela primeira vez os resultados do Corpbanca, o banco chileno cuja aquisição foi concluída em abril.

O Bradesco registrou uma provisão de R$ 836 milhões relacionada à Sete Brasil no primeiro trimestre, disse uma pessoa diretamente envolvida com o assunto na ocasião.

As provisões do Itaú subiram 31 por cento, para R$ 7,23 bilhões no período, um aumento que o banco atribuiu a “casos corporativos específicos” que não identificou.

Em maio, o Itaú disse que a elevação no primeiro trimestre foi “antecipatório” e não teve relação com nenhuma empresa específica.

O setor de óleo e gás foi um dos que exigiram provisões mais elevadas, disse Marcelo Kopel, diretor de relações com investidores do banco, na ocasião, preferindo não comentar sobre a Sete Brasil.

O Banco do Brasil, segundo maior credor da Sete Brasil, ampliou suas provisões para R$ 9,15 bilhões no primeiro trimestre, contra R$ 5,65 bilhões um ano antes.

No trimestre anterior, o banco separou recursos para cobrir 70 por cento de sua exposição de aproximadamente US$ 1 bilhão à fornecedora de sondas de petróleo, contra 30 por cento anteriormente, segundo três pessoas informadas sobre as finanças do banco.

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