EXAME Solutions
Publicado em 10 de janeiro de 2024 às 14h25.
Última atualização em 11 de janeiro de 2024 às 09h04.
Habituado a garantir a segurança de pessoas e empresas no ambiente físico, o tradicional Grupo Prosegur investe em inovação e traz um pacote de soluções inovadoras chamado Prosegur Crypto, a fim de atender às demandas de um mercado em constante transformação e que se torna cada vez mais digital.
O Prosegur Crypto chega ao Brasil — de onde é disponibilizado para toda a América Latina — por meio da área de negócios Prosegur Cash, que já faz a gestão de dinheiro convencional, meios de pagamento e cargas de alto valor agregado. Agora, essa divisão da empresa ganha uma nova atribuição: usar a expertise do grupo, que tem mais de 45 anos de experiência em segurança física, para proteger ativos digitais.
A solução Prosegur Crypto está disponível em duas frentes, que se complementam: a oferta de soluções em custódia de criptoativos e, ainda, uma plataforma de negociação Crypto as a Service (CaaS) para bancos, fintechs e demais instituições financeiras que queiram disponibilizar soluções baseadas em ativos digitais para seus clientes — porém, usando suas próprias marcas e sem a necessidade de desenvolver altos investimentos ou capacidades específicas nessa área.
A “custódia fria” de criptoativos recebe esse nome, justamente, porque a proposta é fazer a gestão de ativos digitais em cold wallets, “carteiras frias” físicas de criptomoedas que guardam ativos que ficam sem movimentações por longos períodos — ao contrário dos ativos que estão sendo transacionados online, no calor do mercado. Por isso mesmo, o armazenamento das criptos é feito em um ambiente offline, dentro de um criptobunker, que é monitorado 24 horas, sete dias por semana, por duas centrais de segurança.
Instalado em São Paulo, o criptobunker é o primeiro do tipo na América Latina. A ideia é oferecer um ambiente seguro para que bancos, instituições financeiras, fintechs e investidores com interesse no ecossistema blockchain possam conservar seus ativos digitais, sem necessidade de conexão à internet. E, consequentemente, a salvo de ataques hackers, fraudes ou qualquer outro inconveniente.
Mas o maior fator de segurança, mesmo, está no mecanismo de isolamento e fracionamento das chaves utilizadas na movimentação das carteiras digitais — além da necessidade de um dispositivo físico que só é conectado no momento da operação. Isso porque se trata de uma tecnologia patenteada de armazenamento “a frio” única no mundo, garantindo os mais altos níveis de segurança.
“As chaves de criptografia necessárias para movimentação da carteira estão em um ambiente superprotegido tecnologicamente, fisicamente e operacionalmente, do ponto de vista de estrutura física, tecnologia e procedimentos”, resume Gil Hipólito, diretor de Inovação e Produtos da Prosegur Cash. “Nesse sentido, o bunker onde está o dispositivo que armazena as chaves é somente o componente físico da oferta de custódia fria da Prosegur Crypto, que é muito mais ampla e completa”, reforça ele.
Outro aspecto importante é que esse tipo de serviço não se destina a pessoas físicas. “É uma oferta para bancos, instituições financeiras, fundos de investimento e grandes operadores de cripto”, destaca Hipólito. “Queremos ser provedores de tecnologia, processos e segurança para esses operadores, porque se trata de uma solução para grandes volumes, que envolvem grande risco.”
Já a plataforma de negociação que permite a compra e venda de criptomoedas funciona, inclusive, como complemento ao serviço de custódia da Prosegur Crypto. Ela foi desenvolvida para ser uma ferramenta whitelabel. Dessa forma, a Prosegur entra com a tecnologia, atuando nos bastidores de organizações financeiras, em um modelo Crypto as a Service, para que elas possam oferecer essa facilidade aos clientes finais, utilizando suas marcas.
“É uma plataforma toda baseada em APIs [interfaces de programação de aplicativos, em inglês] e já conectada às exchanges, ou seja, uma plataforma pronta para as empresas colocarem para rodar de forma rápida e segura”, assinala Gil Hipólito. “A combinação desses dois serviços cria uma oferta única no mercado, que facilita o acesso das instituições financeiras ao setor de ativos digitais tokenizados”, ressalta ele.
A Prosegur Cash, aliás, já marcou seu primeiro “gol” em território latino-americano, ao fechar parceria com a principal fintech de finanças pessoais do Uruguai, a Midinero, oferecendo por lá o pacote da Prosegur Crypto. Com o acordo firmado, que envolve a participação da Minos Global, empresa especializada na prestação de serviços em criptomoedas, a Prosegur Crypto torna-se corresponsável pelos serviços de custódia e negociação de ativos digitais naquele país, através da Midinero.
Na prática, isso significa que todos os correntistas da Midinero que tenham moeda local ou dólares podem comprar e vender criptomoedas através do aplicativo da fintech, onde as transações são todas asseguradas — e facilitadas — pela solução Prosegur Crypto.
Além de reforçar a presença da Prosegur na América Latina, a expectativa é de que o acordo impulsione o crescimento da tecnologia de criptoativos no setor financeiro, permitindo que bancos e outras organizações ofereçam uma experiência completa e personalizada aos seus clientes. Isso porque o sistema de segurança e custódia completos reúne infraestrutura, instalação, tecnologias e protocolos de ponta para minimizar todas as áreas de risco identificadas na cadeia de custódia de ativos digitais.
Com o lançamento no Brasil, a Prosegur Cash estima que 50% da operação global se concentre no país. A escolha do país faz sentido, já que as discussões de alto nível em relação à regulamentação das criptomoedas proporcionam um ambiente sólido às instituições interessadas em oferecer serviços de custódia de chaves e tokens de criptoativos. Sem falar no Drex, versão digital do real que promete revolucionar o cenário financeiro. “O Brasil está na vanguarda do regulatório e é uma referência na América Latina”, sublinha o diretor de Inovação e Produtos da Prosegur Cash.
Em uma fala recente, no dia 7 de dezembro, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que o Drex deverá “sacudir” os sistemas tradicionais usados atualmente pelos grandes bancos brasileiros. Com previsão de lançamento até o início de 2025, a expectativa do BC é de que o Drex sirva como uma ponte para o ambiente DeFi (sigla em inglês para Finanças Descentralizadas), introduza o conceito de tokenização na economia, reduza a emissão de moeda física e aumente a eficiência bancária e a monetização de dados.
“O Drex será um criptoativo com características muito específicas, muito mais regulado, controlado e muito mais inserido na economia do que os outros criptoativos que não são moeda”, projeta Gil Hipólito. “Como o Drex estará armazenado no blockchain e enfrentará os desafios de segurança inerentes, as instituições que estiverem operando com esse ativo precisarão desse serviço de custódia fria, que é um componente importante de organização do sistema”, observa.
Outros dados animadores em relação ao mercado cripto dão conta que, embora o Brasil corresponda a apenas 5% do mercado global de criptoativos, já há por aqui mais de 10 milhões de investidores, que movimentaram, somente em 2022, cerca de R$ 160 bilhões.
Todos esses fatores somados, além de facilitar as transações no sistema financeiro, deverão abrir uma série de oportunidades para empresas que atuam ou desejam atuar no mercado. Nesse sentido, a Prosegur Cash está a postos, se colocando como uma parceira estratégica de bancos, fintechs e outras instituições financeiras que desejam oferecer um serviço seguro e soluções de implementação simplificadas.
“Esse universo vai demandar diversos players, executando várias funções. A nossa oferta de mercado, através da solução Prosegur Crypto, dentro de um modelo Crypto as a Service, mostra que estamos preparados para atender às demandas desse ecossistema”, afirma Gil Hipólito.