Negócios

Por que crescer não é prioridade para a Tecnisa

Estabilização é a palavra de ordem para construtora, que há um ano e meio vem colocando a casa em ordem

Projeto Jardim das Perdizes, da Tecnisa, lançado em março (Divulgação)

Projeto Jardim das Perdizes, da Tecnisa, lançado em março (Divulgação)

Daniela Barbosa

Daniela Barbosa

Publicado em 5 de julho de 2013 às 08h48.

São Paulo - Enquanto boa parte das empresas foca seus esforços em ser cada vez maior, a construtora Tecnisa anda na contramão dessa premissa e optou por manter a estabilidade dos seus negócios. Os lançamentos previstos até o fim de 2014 devem somar 4,7 bilhões de reais - média de pouco mais de 2 bilhões por ano.

"Um ano e meio atrás, o sinal vermelho acendeu para os negócios da Tecnisa e o nosso erro foi crescer demais. Saltamos de um nível de 250 milhões de reais de lançamentos, na fase pré-IPO, para 2,2 bilhões de reais, em cinco anos. Nos próximos dois anos, pelo menos, a ideia é estabilizarmos nesse patamar", afirmou Meyer Nigri, presidente e fundador da construtora, nesta quinta-feira, em reunião anual com analistas.

Em 2012, a Tecnisa registrou o primeiro prejuízo da sua história, totalizando 117 milhões de reais. Durante todo o ano, a companhia, que inicialmente tinha meta de lançamento de 2,8 bilhões de reais, precisou reajustar a previsão duas vezes até chegar ao patamar de 1 bilhão de reais.

Uma série de fatores contribuiu para o resultado negativo da Tecnisa. O atraso das entregas de alguns empreendimentos, no entanto, foi um dos fatores que mais pesaram para a companhia. "Por isso, hoje,  nossa principal prioridade é cumprir os prazos. Porque as margens são melhores quando as entregas estão em dia", afirmou o empresário.

Para evitar atrasos, os novos projetos lançados pela Tecnisa trabalham com prazo mais conservador de entrega. Segundo Nigri, trabalhar dessa maneira garante menos problemas. "O que gera lucro ou perda para empresa é a entrega, por isso, quanto mais anteciparmos, mais ganhamos", disse.

Sinais de melhora

Segundo prévia dos números do primeiro semestre, a Tecnisa lançou mais de 1,2 bilhão de reais, montante bem acima dos 105 milhões de reais lançados nos seis primeiros meses do ano anterior. Boa parte dos lançamentos, quase 90%, está concentrada no segmento premium da construtora.

Em março, a Tecnisa lançou o seu maior e mais ousado projeto, o Jardim das Perdizes, um bairro planejado com 250.000 metros quadrados e 28 torres residenciais e comerciais, em São Paulo. Segundo Nigri, foram mais de seis anos para aprovação do projeto, mas os bons frutos do empreendimento já começaram a aparecer.

Dos 1,2 bilhão de lançamentos somados no primeiro semestre, pouco mais de 1 bilhão de reais vieram do empreendimento Jardim das Perdizes e mais de 1,1 bilhão de reais devem ser aprovados até o final do próximo ano.

Acompanhe tudo sobre:Construção civilConstrutorasEmpresasgestao-de-negociosReestruturaçãoTecnisa

Mais de Negócios

Empresa cresce num mercado bilionário que poupa até 50% o custo com aluguel

Como esta administradora independente já vendeu R$ 1 bilhão em consórcios

De food truck a 130 restaurantes: como dois catarinenses vão fazer R$ 40 milhões com comida mexicana

Peugeot: dinastia centenária de automóveis escolhe sucessor; saiba quem é