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Por que a Philips quer desligar os televisores de seus negócios

Após perder a liderança para as asiáticas Samsung e LG, Philips pode sair de um negócio em que atua há 80 anos

Televisor Philips: divisão da companhia está à venda (Divulgação)

Televisor Philips: divisão da companhia está à venda (Divulgação)

Daniela Barbosa

Daniela Barbosa

Publicado em 18 de outubro de 2011 às 10h09.

São Paulo - Há cinco anos, a Philips comemorava a venda da sua milionésima TV de plasma com tecnologia ambilight (um sistema de leds na parte traseira e no entorno do aparelho). O feito serviu para reafirmar a posição da empresa como a então líder mundial em televisores. Menos de um ano depois, porém, a festa foi invadida pelas concorrentes asiáticas, e a Philips viu seu domínio minguar a cada dia.

Desde 2007, a companhia holandesa luta, em vão, para driblar as coreanas Samsung e LG, hoje líderes desse segmento no mundo. A favor das asiáticas, pesam os custos bem menores de produção de seus televisores, o que vem tirando cada vez mais mercado da Philips.

Segundo estimativas do setor, a companhia já acumulou, em quatro anos, quase 1 bilhão de euros em prejuízo só com a divisão de televisores. Nos resultados financeiros do terceiro trimestre apresentados pela Philips, nesta segunda-feira, as TVs geraram uma perda de 54 milhões de euros - montante que teve reflexo direto nos resultados gerais da companhia.

O lucro total da Philips, no terceiro trimestre, caiu 86% na comparação com o mesmo período de 2010, somando 74 milhões de euros. Diante de tal cenário e das dificuldades de manter o segmento de televisores de pé, a companhia reiterou a intenção de se desfazer da divisão de TVs e focar seus esforços nos setores de iluminação, saúde e bem-estar, nos quais mantém a liderança global.

Venda quase certa

Em abril deste ano, a Philips já havia anunciado um acordo com a chinesa TPV, para vender 70% dos seus ativos de TVs. Caso o negócio seja concluído, a TPV terá direito de comprar os 30% restantes em um futuro breve.  Segundo Frans van Houten, presidente da companhia holandesa, as negociações com a empresa asiática estão ainda em curso e devem ser finalizadas até dezembro. A empresa chinesa é a terceira maior fabricante de telas de computadores do mundo, com 33% do mercado global.


Apesar de atuar no segmento de TV há mais de 80 anos, a divisão hoje responde por menos de 10% das vendas totais da Philips. Para se ter uma ideia, no terceiro trimestre, as vendas gerais da Philips somaram 5,39 bilhões de euros. Um ano antes, as vendas haviam somado 5,46 bilhões de euros. Mas, excluindo o segmento de TVs, a companhia apresentou receita 6% maior na comparação entre os períodos.

“Não estamos satisfeitos com nossa performance financeira devido aos atuais desafios econômicos,  problemas e riscos operacionais. Mas não esperávamos obter uma melhora  na performance de imediato", disse Houten em teleconferência com a imprensa nesta segunda-feira.

Paralelo às negociações com a companhia chinesa, a Philips também anunciou, nesta segunda-feira, o corte de 4.500 de empregos a fim de driblar a crise que assombra a companhia. No início do ano, a Philips havia divulgado redução de 800 milhões de euros nos custos para reverter a queda nos lucros e atingir as metas financeiras até 2013.
 

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