Dinheiro: o fundo tem R$ 67 bilhões em patrimônio para investimentos, sendo que cerca de 40% está em renda fixa (Marcos Santos/USP Imagens)
Da Redação
Publicado em 15 de abril de 2014 às 15h35.
Rio - O diretor de Investimentos da Petros, Newton Carneiro da Cunha, afirmou nesta terça-feira, 15, que pretende no próximo ano reduzir o porcentual de investimentos do fundo de pensão em renda fixa e aumentar em infraestrutura (portos, aeroportos e rodovias) e em participações em empresas, diretamente ou por ações.
O objetivo é melhorar a rentabilidade, que em 2013 foi afetada pela redução da taxa de juros. A proposta será levada ao conselho, para começar a valer em 2015. A política de investimentos deste ano já foi determinada em 2013.
Atualmente, o fundo tem participação na Invepar, com operação no aeroporto de Guarulhos e na rodovia BR-040. "Tem outras concessões que estamos vendo e se formos procurados podemos entrar."
O fundo tem R$ 67 bilhões em patrimônio para investimentos, sendo que cerca de 40% está em renda fixa. Em 2013, o retorno de investimentos do fundo foi de -0,19%.
"O retorno em 2013 foi muito ruim. Temos um grande porcentual em renda fixa e isso fez com que o nosso retorno ficasse bem abaixo do esperado (no ano passado). A mudança da nossa política só consigo fazer para o ano que vem. Vamos discutir esse ano o que vai valer para 2015", disse no Congresso Abvcap, no Rio.
Apesar disso, ele afirma que ainda neste ano já é possível aumentar "um pouco" os investimentos em "private equity", por ter um espaço de manobra dos investimentos. Ele explica que o fundo tem dois planos de funcionários da Petrobras, sendo um mais antigo e fechado para novas adesões, em que precisa ser mais conservador, e outro, o Plano Petros 2, dos novos funcionários. "(Nesse segundo) é possível fazer investimentos de mais longo prazo com retornos melhores".
Os retornos de private equity, segundo ele, são bem melhores. "Você está apostando em empresas em que, se fizer uma boa escolha, os retornos são bem melhores. A tendência é essa, de baixar a taxa de juros. Não podemos ficar presos a renda fixa."
Em alguns planos, a renda fixa será mantida. "Não dá para, como no passado, ficar apostando só em renda fixa", disse.
Outro mercado que o fundo está avaliando é o externo. "Estamos engatinhando nessa questão. Estou analisando para fazermos investimentos em fundos no exterior. Até pouco tempo os fundos de pensão não podiam fazer esses investimentos, hoje a lei permite com um limite."
Cunha deixou a diretoria Administrativa Financeira e assumiu a de Investimentos em março deste ano.