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Para além da Heineken na hora do aperto: o Rappi Turbo quer virar o seu próximo mercadinho de bairro

A mudança deve fazer com que os preços ofertados aos consumidores tenham cerca de 15% de redução

O Rappi Turbo está ampliando a oferta das lojas para 3.500 produtos (Rappi/Divulgação)

O Rappi Turbo está ampliando a oferta das lojas para 3.500 produtos (Rappi/Divulgação)

Marcos Bonfim
Marcos Bonfim

Repórter de Negócios

Publicado em 11 de junho de 2024 às 16h01.

Última atualização em 11 de junho de 2024 às 16h20.

Começa o churrasco ou a festinha de família e todo mundo tem na conta as cervejas que pretende tomar - ou quantas levou. Horas depois, os números embalharam, a sede aumenta e a conversa está animada demais para ir embora. 

As entregas rápidas caíram como uma luva nesta equação. O Rappi Turbo que o diga. Com três anos de operação no país, a funcionalidade carrega uma marca desde o início: a cervejinha, representada pela Heineken, sempre esteve no top 10 entre entre os pedidos - atualmente, a marca lidera a lista. Ao longo desses 36 meses, foram mais de 13 milhões de pedidos entre todos os produtos.

Mas a tendência é que isso comece a mudar, a partir de um novo posicionamento do Turbo. Para além de uma entrega de conveniência, a funcionalidade quer se transformar em um mercadinho de bairro, com a ampliação do número de itens ofertados. Dos atuais 2.5000, o Rappi pretende ampliar para 3.500 produtos, mantendo a promessa de entregar tudo em até 10 minutos nas casas dos consumidores.

“Nós queremos ser a extensão da dispensa e da geladeira do consumidor. Hoje, a visão é quanto custa um metro quadrado em um apartamento nas grandes cidades onde operamos. Esse é um custo que a pessoa não precisa ter, uma vez que ela tenha confiança que, ao pedir no Rappi Turbo, ela vai receber de fato”, afirma Rodrigo Vasconcelos, head de Rappi Turbo no Brasil. 

Prestes a completar um ano no cargo, Vasconcelos é o responsável por implementar este processo de transformação no negócio. Antes, teve uma startup própria de delivery em Minas Gerais, sua terra natal, após uma passagem de três anos como COO da operação do Zé Delivery, o app de bebidas ao consumidor final da Ambev.

A ambição do Rappi é que todas dark stores estejam aptas ao novo modelo de negócios até meados do ano que vem. Para a transformação, a empresa está buscando novos espaços, com capacidade de suportar a nova demanda. Na prática, são lojas em torno de 600 metros quadrados, que podem receber até 50 mil itens.

Hoje, o modo Turbo conta com 50 lojas no Brasil, todas próprias, distribuídas por 12 cidades nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco e Ceará.  

Nesta virada, a operação pretende fazer investimentos da ordem de R$ 23 milhões, dedicados tanto às mudanças mais estruturais do projeto quanto à comunicação da nova proposta. O valor está dentro de um orçamento de R$ 100 milhões anunciado pela Rappi para investimentos no Brasil.

Qual é o momento Rappi Turbo no Brasil

Ao consumidor, além da comodidade, o apelo também estará no preço, previsto para cair em torno de 15%. Segundo Vasconcelos, o Rappi Turbo vai usar uma ferramenta de inteligência de preços para colocar o valor dos produtos em linha com os encontrados em mercadinhos nas regiões em que atua. 

“O grande ponto ao baixar esse preço é que podemos ganhar muito no crescimento do tíquete médio porque o lucro bruto por pedido é muito mais importante para nós do que o viés de margem”, diz. De acordo com os cálculos da empresa, nesta equação, o tíquete das compras tende a subir em torno de 30%.  

Essa evolução no modelo chega após a operação ter passado por um ano de arrumação e registrar o terceiro mês de fluxo de caixa positivo. “Nós passamos um ano aqui entendendo que, para escalar, nós precisávamos ser rentáveis”, diz, sobre um processo que demandou análise dos custos, o desenho de fluxos operacionais e ajustes nas rotinas do dia a dia.

Os passos ajudaram a empresa a crescer 41% no conceito de vendas em mesmas lojas no ano passado. Neste ano, o desafio é superar 70%. Atualmente, a unidade brasileira é a segunda em receita, ficando atrás apenas da Colômbia, país de origem do Rappi. 

Além da estrutura das lojas, as dark stores estão vias de ganhar um coirmão: o Turbo Restaurantes. Com a mesma proposta de entrega em 10 minutos, a versão já opera na Colômbia e aqui está em testes com as redes Habib’s e Fatz Delícias.

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