Olympus e três ex-executivos admitem culpa em escândalo
O fraude veio à tona em outubro do ano passado por meio de Michael Woodford, demitido do cargo de presidente por ter levantando ressalvas quanto aos negócios
Da Redação
Publicado em 25 de setembro de 2012 às 07h39.
Tóquio - A Olympus e três ex-executivos da fabricante japonesa se declararam culpados nesta terça-feira das acusações de uma irregularidade contábil de 1,7 bilhão de dólares, um dos maiores escândalos corporativos do Japão.
O escândalo veio à tona em outubro do ano passado por meio de Michael Woodford, demitido do cargo de presidente-executivo por ter levantando ressalvas quanto aos negócios que, como posteriormente se descobriu, foram usados para disfarçar perdas.
"Toda a responsabilidade recai sobre mim e sinto muito por ter causado problemas para nossos parceiros comerciais, acionistas e para o público em geral", disse o ex-presidente do conselho Tsuyoshi Kikukawa no início da audiência nesta terça-feira. "Assumo toda a culpa pelo que aconteceu".
Procuradores acusaram Kikukawa, o ex-vice-presidente-executivo Hisashi Mori e o ex-auditor Hideo Yamada de inflarem o valor líquido da companhia durante cinco anos fiscais até março de 2011.
Os procuradores não especificaram quais penas irão sugerir para os três, mas advogados disseram que os ex-executivos podem ser condenados a até dez anos de prisão e multas de até 10 milhões de ienes (128,4 mil dólares). A companhia pode ser multada em mais de 100 milhões de ienes, de acordo com a imprensa japonesa.
O impacto que a Olympus sofrerá por ter admitido a culpa dependerá do tipo de sentença, incluindo uma possível multa, que a Justiça japonesa emitirá, disse um porta-voz da fabricante. A decisão, segundo ele, vai demorar meses para sair.
A Olympus já havia admitido ter usado irregularidades contábeis para maquiar perdas em investimentos a partir dos anos 1990.