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O polêmico recado de Jack Ma aos grandes líderes do mundo

Mensagem é claramente direcionada aos líderes que se colocam contra a globalização – e aos que pretendem estar entre eles no futuro


	Jack Ma, fundador da Alibaba: para ele, G20 é oportunidade de líderes mundiais escutarem empresários
 (Jason Lee/Reuters)

Jack Ma, fundador da Alibaba: para ele, G20 é oportunidade de líderes mundiais escutarem empresários (Jason Lee/Reuters)

Tatiana Vaz

Tatiana Vaz

Publicado em 2 de setembro de 2016 às 16h26.

São Paulo – O bilionário chinês Jack Ma, dono do Alibaba e um dos maiores empresários do mundo, aproveitou a reunião da cúpula do G20 na China para dar um recado um tanto polêmico.

“Devemos seguir em frente no caminho da globalização”, disse ele à CNN em Hangzhou, onde acontece o evento. “Quando o comércio para, as guerras seguem”.

A mensagem é claramente direcionada aos líderes que se colocam contra a globalização – e aos que pretendem estar entre eles em um futuro próximo, como o candidato à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump.

O empresário teme que o fervor anti-globalização que atualmente se faz presente em grande parte do mundo ajude a definir as eleições americanas, em novembro.

"Toda vez que há uma eleição, as pessoas começam a criticar a China", disse Ma na entrevista. "Mas como você pode parar o comércio global? Como você pode construir um muro para impedir o comércio?".

Foi na cidade de Hangzhou que Jack Ma fundou o Alibaba, em 1999, atual gigante do comércio eletrônico e protagonista do maior IPO da história, de US$ 25 bilhões.

Aos 52 anos, ele sabe que a companhia só chegou onde está, graças a oportunidade de globalizar o negócio, que hoje atende 50 milhões de pessoas em 190 países.

Porém, pensa que houve poucos avanços no comércio internacional como um todo, fato que precisa ser melhorado para que mais empresários consigam se beneficiar das negociações livres entre países.

“Precisamos pensar em soluções que possam fazer com que os jovens tenham a oportunidade de comprar e vender o que quiserem e em qualquer lugar, que eles pudessem aliar o melhor da tecnologia e do comércio”, disse.

Sua pretensão é mostrar aos líderes do G20 uma plataforma desenvolvida para ajudar as pequenas empresas a expandirem seus negócios no mundo virtual, com menos tarifa, burocracia e inspeções.

Para ele, a cúpula é uma grande oportunidade de os grandes líderes mundiais ouvirem alguns dos maiores empresários do mundo.

“Cada um dos governantes diz que ama os pequenos empresários, mas o que de fato eles fizeram para eles?”, comentou Ma. “Devemos derrubar todas as barreiras para seguir crescendo”. 

Gigante exemplo

Não é a primeira vez que Ma dá declarações polêmicas. Em junho, ele foi criticado por dizer que produtos falsificados estão se tornando tão bons ou até melhores que os produtos originais.

“Não são os produtos falsos que destroem [as grandes marcas], é o novo modelo de negócios”, disse o fundador dos sites Aliexpress e Taobao.

Além de ser investigada nos últimos anos pela venda de falsificados, a empresa também está sobre a investigação do órgão regulador de valores mobiliários dos EUA por conta de suas práticas contábeis.

Ainda assim, o Alibaba é um belo - e gigante - exemplo do potencial de negócios das empresas chinesas.

Entre as 500 maiores companhias do mundo, um quinto são da China, segundo com mais representantes na lista, atrás dos Estados Unidos. 

Se a atual tendência de crescimento delas continuar, a Fortune estima que o país ocupará o primeiro lugar em 2020.

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