O longo caminho de Eike Batista para ocupar o posto de Carlos Slim
O empresário brasileiro prometeu resultados de suas principais empresas a partir de agosto, mas precisa diversificar seus negócios para chegar ao topo do ranking
Da Redação
Publicado em 4 de maio de 2011 às 20h08.
São Paulo – “Não sei se vou passá-lo pela direita ou pela esquerda, mas vou passar”, afirmou Eike Batista durante uma conferência no Milken Institute, nos Estados Unidos, sobre o bilionário mexicano Carlos Slim Helú, o homem mais rico do mundo segundo a revista Forbes. Há pelo menos três anos, Eike – que ocupa a 8ª posição há dois anos -- afirma que se tornará o número um do ranking, mas há uma série de obstáculos no caminho. Se depender dele, a lista do próximo ano trará mudanças, já que prometeu que seus principais negócios começarão a gerar resultados a partir de agosto.
As sete posições que separam os dois empresários mostram um cenário difícil para a subida de Eike: são 44 bilhões de dólares a menos na conta do brasileiro (ele teria que mais do que dobrar seus atuais 30 bilhões de dólares), nomes de peso como Warren Buffet e Bill Gates, e empresários de setores estratégicos para a economia mundial que já tem resultados concretos como o indiano Lakshmi Mittal, presidente da Arcelor Mittal, a maior produtora de aço do mundo.
Além disso, Eike tem a maioria de seus investimentos direcionados a petróleo, mineração e energia. São segmentos que geram lucros astronômicos, mas sua rentabilidade está suscetível ao humor dos mercados internacionais. Outros negócios mais diversificados do brasileiro ainda são tímidos perto das empresas do Grupo EBX. Eike é dono do restaurante Mr. Lam, do navio Pink Fleet, do Glória Palace Hotel – com inauguração prevista para este ano --, e tem o plano de transformar a área da Marina da Glória num pólo esportivo, de olho nos Jogos Olímpicos de 2016.
A fortuna de Slim cresceu 40% em doze meses baseado em resultados concretos enquanto o brasileiro engordou suas receitas em 10% apenas com promessas de seus negócios. Slim é um empresário com negócios diversificados, a exemplo de outros nomes que compões a lista da Forbes. O mexicano começou a trajetória de sucesso com uma fábrica de refrigerantes. Hoje, o magnata é dono de mais de 200 empresas espalhadas pelo México. Além da América Móvil, de onde vem cerca de 62% de sua fortuna, o portfólio inclui companhias aéreas, bancos, restaurantes, construtoras, participações em lojas de departamento e até no jornal The New York Times.
É dono da Claro – a segunda maior operadora móvel do Brasil – e da Embratel. O mercado de telecomunicações brasileiro, aliás, é um dos mais promissores em crescimento do mundo, o que pode fazer a fortuna de Slim saltar ainda mais. Outro passo que o mexicano tomou para reforçar sua presença no Brasil foi a transação para assumir o controle total da gerenciadora de satélites Star One, pertencente à americana GE Satellite Holdings. A companhia de Slim já controlava 80% da Star One por meio da subsidiária brasileira Embratel.
Uma mudança que aconteceu na última lista foi o salto do espanhol Amâncio Ortega da 9ª posição para a 7ª. Ortega é o presidente e fundador da Inditex, grupo que detém a Zara além de outras oito marcas. O francês Bernard Arnault, fundador e presidente do grupo LVMH -- conglomerado que reúne as marcas Louis Vuitton, Dior, Moet & Chandon e Bulgari -- saltou da 7ª posição para a 4ª neste ano. Esses exemplos mostram a força do varejo, um setor que continua aquecido e só tende a crescer. Arnault, como Slim, investe em diversos setores para poder multiplicar sua fortuna. Além do conglomerado de luxo, ele tem uma operadora de turismo (a Go Voyage), uma fábrica de iates (Royal Van Lent) e uma participação na rede de supermercados Carrefour.
Os projetos do Grupo EBX continuam em fase de desenvolvimento e até agora só a MMX, braço de mineração do grupo, apresenta resultados. A LLX e Superporto Açu devem começar a gerar caixa a partir do ano que vem e justificar os investimentos de 4,5 bilhões de reais. Em agosto, a OSX, da área naval do grupo, e a MPX, da área de energia, devem começar a mostrar seus resultados. No mesmo mês, a OGX também deve gerar receita.
O braço petrolífero de Eike Batista é o seu principal ativo. No entanto, empresa sofreu um revés quando novos estudos da consultoria DeGoyler & MacNaughton (D&M) reclassificaram os recursos exploratórios, o que provocou causou desconfianças no mercado, apesar da boa situação financeira da empresa. Como as fortunas não vivem apenas de promessas, Eike terá de correr contra o tempo para mostrar resultados reais e, quem sabe, ocupar o lugar de Slim.
São Paulo – “Não sei se vou passá-lo pela direita ou pela esquerda, mas vou passar”, afirmou Eike Batista durante uma conferência no Milken Institute, nos Estados Unidos, sobre o bilionário mexicano Carlos Slim Helú, o homem mais rico do mundo segundo a revista Forbes. Há pelo menos três anos, Eike – que ocupa a 8ª posição há dois anos -- afirma que se tornará o número um do ranking, mas há uma série de obstáculos no caminho. Se depender dele, a lista do próximo ano trará mudanças, já que prometeu que seus principais negócios começarão a gerar resultados a partir de agosto.
As sete posições que separam os dois empresários mostram um cenário difícil para a subida de Eike: são 44 bilhões de dólares a menos na conta do brasileiro (ele teria que mais do que dobrar seus atuais 30 bilhões de dólares), nomes de peso como Warren Buffet e Bill Gates, e empresários de setores estratégicos para a economia mundial que já tem resultados concretos como o indiano Lakshmi Mittal, presidente da Arcelor Mittal, a maior produtora de aço do mundo.
Além disso, Eike tem a maioria de seus investimentos direcionados a petróleo, mineração e energia. São segmentos que geram lucros astronômicos, mas sua rentabilidade está suscetível ao humor dos mercados internacionais. Outros negócios mais diversificados do brasileiro ainda são tímidos perto das empresas do Grupo EBX. Eike é dono do restaurante Mr. Lam, do navio Pink Fleet, do Glória Palace Hotel – com inauguração prevista para este ano --, e tem o plano de transformar a área da Marina da Glória num pólo esportivo, de olho nos Jogos Olímpicos de 2016.
A fortuna de Slim cresceu 40% em doze meses baseado em resultados concretos enquanto o brasileiro engordou suas receitas em 10% apenas com promessas de seus negócios. Slim é um empresário com negócios diversificados, a exemplo de outros nomes que compões a lista da Forbes. O mexicano começou a trajetória de sucesso com uma fábrica de refrigerantes. Hoje, o magnata é dono de mais de 200 empresas espalhadas pelo México. Além da América Móvil, de onde vem cerca de 62% de sua fortuna, o portfólio inclui companhias aéreas, bancos, restaurantes, construtoras, participações em lojas de departamento e até no jornal The New York Times.
É dono da Claro – a segunda maior operadora móvel do Brasil – e da Embratel. O mercado de telecomunicações brasileiro, aliás, é um dos mais promissores em crescimento do mundo, o que pode fazer a fortuna de Slim saltar ainda mais. Outro passo que o mexicano tomou para reforçar sua presença no Brasil foi a transação para assumir o controle total da gerenciadora de satélites Star One, pertencente à americana GE Satellite Holdings. A companhia de Slim já controlava 80% da Star One por meio da subsidiária brasileira Embratel.
Uma mudança que aconteceu na última lista foi o salto do espanhol Amâncio Ortega da 9ª posição para a 7ª. Ortega é o presidente e fundador da Inditex, grupo que detém a Zara além de outras oito marcas. O francês Bernard Arnault, fundador e presidente do grupo LVMH -- conglomerado que reúne as marcas Louis Vuitton, Dior, Moet & Chandon e Bulgari -- saltou da 7ª posição para a 4ª neste ano. Esses exemplos mostram a força do varejo, um setor que continua aquecido e só tende a crescer. Arnault, como Slim, investe em diversos setores para poder multiplicar sua fortuna. Além do conglomerado de luxo, ele tem uma operadora de turismo (a Go Voyage), uma fábrica de iates (Royal Van Lent) e uma participação na rede de supermercados Carrefour.
Os projetos do Grupo EBX continuam em fase de desenvolvimento e até agora só a MMX, braço de mineração do grupo, apresenta resultados. A LLX e Superporto Açu devem começar a gerar caixa a partir do ano que vem e justificar os investimentos de 4,5 bilhões de reais. Em agosto, a OSX, da área naval do grupo, e a MPX, da área de energia, devem começar a mostrar seus resultados. No mesmo mês, a OGX também deve gerar receita.
O braço petrolífero de Eike Batista é o seu principal ativo. No entanto, empresa sofreu um revés quando novos estudos da consultoria DeGoyler & MacNaughton (D&M) reclassificaram os recursos exploratórios, o que provocou causou desconfianças no mercado, apesar da boa situação financeira da empresa. Como as fortunas não vivem apenas de promessas, Eike terá de correr contra o tempo para mostrar resultados reais e, quem sabe, ocupar o lugar de Slim.