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Novo unicórnio: Factorial quer revolucionar o RH das PMEs — e agora vale US$ 1 bilhão

Startup que digitaliza processos como contratação e gestão da folha de ponto acaba de captar US$ 120 milhões; Brasil é principal ambição

Pau Ramon, Jordi Romero e Bernat Farrero, fundadores da Factorial: empresa que digitaliza RH das PMEs é novo unicórnio (Factorial/Divulgação)
MC

Maria Clara Dias

Publicado em 11 de outubro de 2022 às 08h00.

A seleta lista de unicórnios, empresas com valuations inflados que ultrapassam US$ 1 bilhão, acaba de ganhar um novo integrante. Trata-se da startup espanhola de recursos humanos Factorial, dedicada a digitalizar processos operacionais de pequenas e médias empresas por todo o mundo. Há oito meses no Brasil, a Factorial já tem mais de 500 clientes.

A startup atingiu o valor bilionário com uma rodada série C de US$ 120 milhões, liderada pelo grupo Atomico, uma firma de investimentos com mais de US$ 5 bilhões sob gestão.  Além da Atomico — cujo sócio Luca Eisenstecken se juntou ao conselho da empresa — também entraram no round os fundos GIC, Tiger Global, CRV, K-Fund e Creandum, todos investidores de longa data da Factorial.

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O que faz a Factorial

O foco da Factorial está na melhoria da produtividade de times de RH em pequenas empresas. Para isso, criou um software que promete substituir rotinas repetitivas e que pode otimizar a tomada de decisões de diferentes líderes, que podem passar a pensar no estratégico enquanto a tecnologia se encarrega do resto.

Na lista das ações estão o controle da jornada de trabalho, férias, pagamento de salários e até gestão de desempenho. A ideia é automatizar e também integrar processos processos em um único local, facilitando ações de recrutamento, onboarding, gerenciamento de faltas, entre outros. Ao todo, são mais de 7.000 clientes em nove países, entre eles startups de destaque como SouSmile e AgroTools.

A empresa nasceu em Barcelona, em 2016, pelas mãos de Jordi Romero, Bernat Farrero e Pau Ramon, três empresários com profunda experiência na criação de software de produtividade.

Mas foi a partir de 2019 que o negócio deslanchou. De lá para cá, diante das rápidas mudanças no mercado de trabalho e da adesão massiva de novas tecnologias, as receitas da companhia quadruplicaram. O sucesso levou a Factorial a estender sua presença mundo afora — hoje, além da Espanha, a empresa está também nos Estados Unidos, México, Reino Unido, Alemanha, Itália, Portugal, França e, mais recentemente, no Brasil. O propulsor para a internacionalização foi um cheque de R$ 410 milhões, assinado pela Tiger Global há um ano.

Por que o Brasil é importante para a empresa

Pouco menos de um ano no Brasil já fez do país o mercado mais relevante da Factorial.

Mesmo com o contexto desafiador para pequenas empresas em todo o mundo, a empresa tem crescido exponencialmente, segundo Romero. "Ajudamos as empresas a tomar melhores decisões, e isso é algo muito importante especialmente em momentos de crise”, diz o CEO em entrevista à EXAME.

O racional está em ajudar líderes de recursos humanos com “menos recursos à disposição em momentos difíceis financeiramente”, um cenário que pode favorecer empresas que desenvolvem tecnologias para esses e outros desafios de gestão.

Segundo o CEO, hoje o mercado endereçável da Factorial no Brasil é imenso, considerando a quantidade exorbitante de PMEs que existem por aqui. “Hoje, 90% dos pequenos negócios não têm qualquer relação com softwares, e ainda não conhecem a realidade da automatização”, diz.

No Brasil, há a necessidade de relatórios que possam tornar a operação mais inteligente e analítica, dada a complexidade das legislações trabalhistas, avalia. “É algo pouco explorado. As oportunidades são infinitas”.

Segundo Romero, o mercado endereçável da Factorial, apenas no Brasil, gira em torno de 10 milhões de pequenas empresas. “É uma oportunidade gigantesca à nossa frente”, diz. “Há uma transformação digital nas empresas do Brasil que motiva uma busca crescente por tecnologias mais precisas”.

Para onde vai o dinheiro

A ideia da Factorial é aproveitar o caixa abastecido para ampliar a presença nos mercados em que já atua, sendo o Brasil destino de boa parte dos recursos. Isso inclui a criação de novos produtos e serviços dedicados às PMEs. “Queremos resolver mais problemas para um número cada vez maior de empresas”, diz Romero.

Nos planos está a expansão de uma solução de gestão de gastos corporativos que gerencia notas fiscais e, na ponta, também cria gráficos para o acompanhamento por gestores de finanças. A empresa também planeja lançar, ainda em 2022, um cartão de crédito corporativo, lançando-se assim num mercado milionário já atendido por unicórnios como a mexicana Clara e a americana Jeeves.

Acompanhe tudo sobre:Recursos humanos (RH)StartupsVenture capital

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