São Paulo – Com a concorrência acirrada, e a tendência de demanda baixa, cada companhia aérea usa as armas que bem entende para conquistar passageiros.
Depois de dar passe ilimitados a voos no país para quem vem dos Estados Unidos, e incluir jogos e filmes em seus serviços de bordo, a mais nova arma da Azul é alcoolica – e gratuita.
A partir de hoje, a companhia começará a servir em seus voos, para os clientes com mais de 18 anos, a cerveja dinamarquesa FAXE.
A ação, batizada de Happy Hour Azul, será feita em parceria com a WBeer.com.br, distribuidora exclusiva da bebida no Brasil.
Nos três meses de campanha, a previsão é que 30 mil latas de um litro da cerveja sejam dadas a bordo.
A distribuição será feita em mais de cinco mil voos que partem de 12 aeroportos brasileiros das 16h00 às 21h00, exclusivamente nos jatos Embraer 190 e 195.
“O horário escolhido reflete exatamente o período do happy hour, momento pós-expediente para relaxar, ou até celebrar entre amigos”, afirma Claudia Fernandes, diretora de marketing e comunicação da Azul, em comunicado à imprensa.
Os voos que terão a cerveja a bordo são os que decolam das cidades de Campinas, Belo Horizonte (Confins), Rio de Janeiro (Santos Dumont), São Paulo (Guarulhos e Congonhas), Porto Alegre, Curitiba, Cuiabá, Goiânia, Brasília, Recife e Vitória.
Snacks como amendoim, mix aperitivo, batata chips e queijo nacho integral (as opções variam de acordo com o voo) serão servidos como acompanhamento, sem custo adicional.
Disputa acirrada
Ao contrário das concorrentes Gol e TAM, a Azul demorou a enxugar suas ofertas de voos, iniciativa que garantiu uma participação de 17% no mercado de voos nacionais em agosto, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Porém, os altos custos em dólar fizeram com que a companhia reduzisse seu ritmo de expansão previsto para o ano.
Se antes a expectativa era de fechar 2015 com alta de 15% na oferta de assentos domésticos, agora a previsão é de uma expansão modesta, de 3,8%.
A favor da Azul está o fato de ela ter começado a investir bastante em voos internacionais neste ano, um segmento que rende margens maiores em dólar, moeda usada para pagar 60% dos custos das aéreas com combustível e manutenção.
Além de começar a operar voos para os EUA, a empresa começou a vender no Brasil passagens para os mais de 50 destinos europeus ofertados pela TAP.
A iniciativa começou no início deste mês, pouco tempo depois de o controlador David Neeleman comprar 61% da companhia portuguesa.
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1. Nas alturas
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1/12 (Marie Hippenmeyer / Divulgação)
São Paulo - David Neeleman,
novo dono da
companhia aérea portuguesa
TAP, é um empreendedor da aviação e um dos homens mais criativos do setor. Nascido brasileiro e filho de americanos e neerlandeses, criou quatro
companhias aéreas, a Morris Air e a JetBlue, nos Estados Unidos, a WestJet no Canadá e a Azul no Brasil, além de inovações do setor, como o bilhete eletrônico. Na corrida pela TAP, companhia aérea portuguesa que estava em processo de privatização, o empresário fez a
melhor proposta.
Veja nas imagens fatos sobre a vida do novo dono da TAP.
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2. Origem
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2/12 (Viagem e Turismo/Divulgação)
David Neeleman nasceu em São Paulo, em outubro de 1959. Ele é filho de descendentes americanos e holandeses. Seu pai era jornalista e trabalhava como correspondente no Brasil, país onde ele morou até os cinco anos, quando foi viver nos Estados Unidos.
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3. Infância
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3/12 (Chris Ware/Bloomberg)
Hoje, ele é um dos maiores
empreendedores da aviação. No entanto, sua infância e adolescência não foram das mais brilhantes. O
empresário não gostava de ler ou escrever e obteve notas apenas razoáveis na escola. Frequentou a Universidade de Utah por apenas três anos, antes de desistir.
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4. Transtorno
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4/12 (Michael Edwards/Getty Images)
Neeleman
sofre de transtorno de déficit de atenção, o que prejudicou sua educação na juventude. Ele se recusa a tomar medicações, pois tem medo de se tornar enfadonho. Em
entrevista à Veja Online, afirmou que o transtorno “não é propriamente ruim. Ele faz com que você tenha bastante dificuldade de se concentrar em algo que não lhe interessa. Depois de obter muito sucesso numa atividade qualquer, continuamos insatisfeitos, com constante sensação de dever não cumprido”. No entanto, a doença tem um lado positivo, afirmou o empresário. “Uma vez que encontramos algo que nos interessa, temos a habilidade de hiperconcentração – quando isso acontece, tudo em volta se torna insignificante”.
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5. Turismo
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5/12 (Divulgação / HAWAII VISITOR CONVENTION BUREAU)
O empresário começou a vender pacotes turísticos para o Havaí aos colegas da universidade. Um amigo de sua aula de contabilidade disse que conhecia alguém que não conseguia vender estadias em seus condomínios no Havaí. “Eu comecei a fazer anúncios para os condomínios. Passei a incluir passagens aéreas e a fazer pacotes de viagem. Então June Morris me ligou e disse que queria que eu trabalhasse para ela”, na Morris Travel, disse ele em
entrevista a Airnews.
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6. Decolou
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6/12 (Getty Images)
Seu primeiro emprego foi numa agência de viagens, a
Morris Travel, em Salt Lake City. Com apenas 25 anos, David Neeleman fundou, em 1984, a Morris Air, uma companhia aérea com tarifas baixas. Inicialmente voando para o Havaí, a empresa aterrissou em outros destinos turísticos, como Cancun, Orlando e Los Cabos. A companhia foi adquirida pela Southwest Airlines, em 1993, por 130 milhões de dólares. Neeleman ficou na diretoria da empresa por apenas cinco meses, para completar a transição.
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7. Reservas
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7/12 (NicoElNino/Thinkstock)
Ao deixar a Southwest, ele criou o Open Skies. O sistema operava em terminais touch screen nos aeroportos e permitia reservas de bilhetes e auto check in. A empresa foi comprada pela HP em 1999 e é usada por 80 companhias aéreas.
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8. Tudo ao mesmo tempo
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8/12 (Chris Ware/Bloomberg)
Enquanto desenvolvia o sistema Open Skies, David Neeleman também fundou a canadense WestJet, em 1996. Hoje, é a segunda maior companhia do país, atrás da Air Canada, e tem mais de 10 mil funcionários.
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9. De volta ao Brasil
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9/12 (Dado Galdieri/Bloomberg)
Em 2008, Neeleman anunciou a intenção de criar sua quarta companhia aérea. Ela seria voltada para o mercado doméstico brasileiro, seu país natal. Para definir o nome da nova operadora aérea, o empreendedor criou uma campanha em que o público poderia enviar ideias. Depois de quase 110 mil cadastros, entre as melhores opções estavam Abraço, Alegria, Azul e Samba. Ainda que Samba tivesse sido o nome mais votado,
Neeleman escolheu o nome
Azul Linhas Aéreas Brasileiras, por inspirar sentimentos positivos e aludir ao céu. O ganhador recebeu passe vitalício na nova companhia. Hoje, a Azul é
a terceira do setor no Brasil, com 15,87% de mercado e a maior taxa de ocupação dos voos, 89,70% em janeiro.
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10. Religião
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10/12 (Divulgação)
Mórmon, ele é adepto da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Aos 19 anos,
ele veio ao Brasil para trabalhar como missionário da igreja mórmon. Foi quando reaprendeu a falar português, ainda que com forte sotaque. Em
entrevista à Veja Online, afirmou que “o fato de ser mórmon teve muita influência na minha formação. Quando estive no Brasil como missionário, aprendi belos princípios. Trabalhei em favelas com pessoas simples e maravilhosas que mudaram minha vida. Acreditamos que as relações que temos com a família, amigos e empregados são importantes, pois elas continuarão depois desta vida”.
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11. Descanso
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11/12 (Stephen Chernin/Getty Images)
Apesar do trabalho intenso durante a semana, ele aproveita bem os dias de folga. Frequenta a igreja todo domingo e passa os finais de semana apenas com sua família. Neeleman é pai de nove filhos e mora com a família em Connecticut, Estados Unidos.
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12. Confira também
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12/12 (Ruben Sprich/Reuters)