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No Dia dos Solteiros, Alibaba tem US$ 5,9 bi em vendas

Empresa quer levar o sucesso do feriado para o mundo todo com ajuda de marcas estrangeiras, como a Calvin Klein e a Blue Nile

Trabalhadores em um armazém do Alibaba na periferia de Hangzhou, província de Zhejiang (Carlos Barria/Reuters)

Trabalhadores em um armazém do Alibaba na periferia de Hangzhou, província de Zhejiang (Carlos Barria/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 11 de novembro de 2014 às 15h30.

Xangai/Hong Kong - A Alibaba Group Holding transformou um obscuro feriado chinês no maior evento comercial do país.

Agora, a empresa quer levar o sucesso do Dia dos Solteiros para o mundo todo com ajuda de marcas estrangeiras, como a Calvin Klein e a Blue Nile.

Essas empresas, junto com a Costco Wholesale, a Origins Natural Resources e a American Eagle Outfitters, participarão pela primeira vez do evento de hoje.

A Alibaba vendeu mais de 36,2 bilhões de yuan (US$ 5,9 bilhões) em produtos 14 horas depois do início da promoção, o que já supera o recorde do ano passado.

A Alibaba, que há menos de dois meses realizou a maior abertura de capital da história, está usando 27.000 marcas para atrair comerciantes e consumidores internacionais para uma promoção que vende quase três vezes mais que o Cyber Monday.

A empresa oferecerá grandes descontos no Tmall e em seus outros sites para incitar os compradores, que poderiam gastar mais de 50 bilhões de yuan, segundo uma estimativa feita pela consultora OgilvyOne Shanghai.

“O dia 11 de novembro é um marco fundamental para a Alibaba”, disse Allen Xu, diretor administrativo da consultora.

“A companhia utilizou o festival para construir seu domínio como o agente de comércio eletrônico que conecta as empresas aos consumidores na China. Com a abertura da Alibaba, a empresa pretende fazer dela uma marca internacional”.

Vendeu-se 36,2 bilhões de yuan em mercadorias até às 13h31, horário de Pequim, disse a Alibaba em publicação na conta do Twitter Inc. da empresa.

O valor ultrapassa os US$ 5,29 bilhões obtidos em vendas on-line nos EUA desde o Dia de Ação de Graças até o Cyber Monday em 2013, disse a empresa.

O Dia dos Solteiros, uma versão distorcida do Dia dos Namorados, foi inventado na China por estudantes na década de 1990, segundo o jornal People’s Daily, propriedade do Partido Comunista.

Quando a data é escrita com algarismos, ela se parece a “galhos desfolhados”, que é a expressão em chinês que designa solteiros e solteiras.

Bonança

O Tmall, da Alibaba, começou a promover o dia 11 de novembro como seu maior evento de vendas em 2009.

Depois, a concorrência aderiu e a data deixou de ser uma oportunidade para arranjar um parceiro – ou comemorar o solteirismo – e se transformou numa bonança de compras on-line.

Transformar o Dia dos Solteiros em um evento internacional poderia servir como um teste para o impulso da Alibaba.

Contudo, a empresa não está esperando uma contribuição significativa das vendas mundiais neste ano, disse ontem o diretor operacional Daniel Zhang numa coletiva de imprensa em Hangzhou.

A empresa arrecadou o recorde de US$ 25 bilhões na abertura de setembro depois de aumentar a quantidade e o preço das ações à venda.

Grandes descontos

No Dia dos Solteiros, os comerciantes oferecem descontos de até 50 por cento para poder participar e impulsionam as vendas no Tmall e em outras plataformas da Alibaba, como AliExpress e Taobao Marketplace.

Em troca pelos descontos, a Alibaba aumenta o número de visitas nos sites e os serviços de apoio aos vendedores para que eles administrem e promovam suas lojas e processem as entregas e a passagem pelas alfândegas, disse Li Jinlong, diretor da loja on-line Huiyou E-commerce.

O Tmall conecta as marcas com os consumidores dentro da China, e a AliExpress é a plataforma da empresa com foco nos clientes internacionais.

A AliExpress se tornou o maior site de compras na Rússia e no Brasil, embora a empresa não tenha funcionários nesses países, disse em setembro seu fundador, o bilionário Jack Ma. O site, fundado há quatro anos, está disponível em inglês, russo e português.

Embora a Alibaba tenha desenvolvido suas operações nos EUA e escolhido Nova York para realizar sua abertura, a companhia está tendo dificuldades para ser reconhecida na maior economia do mundo.

“Independentemente da força que tenha na China, ela é desconhecida nos EUA”, disse John Quelch, professor de Administração de Empresas na Faculdade de Administração de Harvard. “Em um mercado como os EUA, ela deve se mover através de aquisições”.

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