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Na bolsa, vida dura pela frente

A terça-feira começa como mais um dia de incertezas e temores para as companhias de alimento do país e seus investidores após a Operação Carne Fraca. Ontem, com exceção dos papéis da JBS, que subiram 0,47%, as ações voltaram a fechar o dia no vermelho. Desde sexta-feira os papéis da BRF caíram 9,2%; os das […]

SEDE DA JBS EM SÃO PAULO: analistas preveem novas quedas para as ações do setor  / Divulgação (Divulgação/Divulgação)

SEDE DA JBS EM SÃO PAULO: analistas preveem novas quedas para as ações do setor / Divulgação (Divulgação/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 21 de março de 2017 às 06h25.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h08.

A terça-feira começa como mais um dia de incertezas e temores para as companhias de alimento do país e seus investidores após a Operação Carne Fraca. Ontem, com exceção dos papéis da JBS, que subiram 0,47%, as ações voltaram a fechar o dia no vermelho. Desde sexta-feira os papéis da BRF caíram 9,2%; os das JBS, 9%; os da Marfrig, 6,2%; e os da Minerva, 9,3%.

“Na sexta-feira ainda havia muitas dúvidas sobre o quanto essas companhias seriam afetadas pela operação. Nesta segunda-feira ficou claro que os fundamentos das empresas, principalmente das que não foram citadas na operação, foram afetados com as suspensões de exportação”, afirma Marco Saravalle, analista da XP investimentos.

Chile, China, Coreia do Sul e União Europeia anunciaram nesta segunda-feira restrições temporárias à entrada da carne brasileira, derrubando as ações das empresas que não foram citadas na operação, Minerva e Marfrig (a Coreia do Sul mais tarde recuou do veto). Quase 65% da receita da Minerva vem de exportação, segundo analistas do banco Credit Suisse. Na Marfrig cerca de 15,2% do total de vendas são compostas pela exportação de produções nacionais.

“Foram necessários anos para que o Brasil retirasse a suspeita das autoridades internacionais no mercado global de proteínas e mesmo em um cenário onde todas as questões sanitárias apontadas pela polícia federal fossem descartadas, a suspeita poderia ser suficiente para comprometer temporariamente a aceitação da proteína brasileira em todo o mundo”, dizem analistas do banco Credit Suisse em relatório.

BRF e JBS, citadas pela operação, não são tão afetadas pelas restrições porque a maior parte das vendas dessas empresas no exterior é feita por fábricas instaladas fora do Brasil.

Analistas projetam que no curto-prazo a tendência ainda é de queda para as ações do setor. Marfrig e Minerva devem seguir sendo influenciadas principalmente por novas suspensões. Já os papéis de JBS e BRF ficam sujeitos aos desdobramentos da operação. Ambas as companhias planejavam aberturas de capital de suas subsidiárias ainda neste primeiro semestre. A avaliação de investidores é que o adiamento desses planos poderia levar a uma nova queda das ações. Membros da Polícia Federal ligados à Carne Fraca afirmaram na segunda-feira que ainda há muito material sob sigilo e que a operação deve ter desdobramentos mais adiante. Qualquer novidade sobre a operação pode levar a novas quedas na bolsa.

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