MPF decide se mantém recomendação à Petrobras de suspender leilão
A empresa leiloaria os equipamentos nesta semana, isoladamente, por meio do site Petronect, por onde vende máquinas com pouco ou nenhum uso
Estadão Conteúdo
Publicado em 26 de janeiro de 2018 às 17h48.
Rio - O Ministério Público Federal (MPF) vai decidir até a semana que vem se mantém ou não a recomendação feita à Petrobras para que suspenda o leilão dos equipamentos da fábrica de amônia que construiria no município de Uberaba, no Triângulo Mineiro.
A empresa leiloaria os equipamentos nesta semana, isoladamente, por meio do site Petronect, por onde vende máquinas com pouco ou nenhum uso.
O MPF diz que "realizou uma reunião com representantes da Petrobras, no dia 18 de janeiro, na qual a empresa informou as medidas que vem adotando para minorar os prejuízos gerados pelo cancelamento do projeto da planta de amônia de Uberaba/MG, inclusive a alienação de equipamentos por meio do leilão ora adiado".
Procurada, a Petrobras informou apenas que o leilão dos equipamentos foi adiado para o período de 20 a 22 de fevereiro para que implemente melhorias no seu portal de leilões. Informou também que "o preço mínimo de avaliação atribuído a cada bem não foi divulgado por tratar-se de informação confidencial". Segundo o MPF, os equipamentos estão avaliados em mais de R$ 19 milhões. Esse deve ser o lance mínimo do conjunto das máquinas.
A fábrica de amônia de Uberaba (MG) fazia parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), junto de outras unidades produtoras de fertilizantes que estavam sendo construídas pela estatal para atender à crescente demanda do setor agropecuário e para reduzir a dependência externa do País. O projeto, no entanto, foi abandonado depois que a empresa entrou em crise financeira e passou a concentrar o investimento no que atualmente considera seu negócio principal - petróleo e combustíveis.
As outras duas unidades de fertilizantes que estavam sendo construídas em Três Lagoas (MS) e Araucária (PR) também foram suspensas, mas, ao contrário da usina mineira, foram incluídas no plano de desinvestimento da Petrobras e devem ser repassadas para outros investidores.
Segundo o prefeito de Uberaba, Paulo Piau (PMDB), a estatal não conseguiu atrair interessados para o projeto mineiro porque, diferentemente das outras duas regiões, em Uberaba não há rede de gasoduto instalada para abastecer a fábrica. Piau diz que um dos principais atrativos da fábrica de amônia é justamente viabilizar a instalação da rede de transporte do combustível, o que contribuiria para atrair novas empresas, ainda que de outros segmentos de atuação.
Segundo Piau, a fábrica de amônia demandaria 1,5 milhão de metros cúbicos por dia (m3/d) de gás natural para consumo próprio. Outras empresas aguardam a rede para se instalar no Triângulo Mineiro. Uma delas consumiria 200 mil m3/d, segundo o prefeito.