Moovit quer vender análise de dados sobre transporte público
Essa foi a forma encontrada pela startup israelense para ganhar dinheiro com o aplicativo, que tem mais de 55 milhões de usuários no mundo
Estadão Conteúdo
Publicado em 23 de março de 2017 às 16h25.
A Moovit, empresa por trás do aplicativo de mesmo nome que traça rotas de transporte público, descobriu um novo jeito para gerar receita: vender dados sobre a movimentação das pessoas em ônibus, trens e metrô para governos e empresas.
Essa é a principal forma encontrada pela startup israelense para começar a ganhar dinheiro com o aplicativo, que tem mais de 55 milhões de usuários no mundo.
Fundada em 2012, a startup israelense já captou US$ 81,5 milhões em quatro rodadas de financiamento, mas ainda não faturou um único centavo.
A expectativa é que a plataforma seja sua principal fonte de receita nos próximos anos e faça a empresa se tornar sustentável.
"Podemos mostrar, a partir dos dados de movimentação dos nossos usuários, como as pessoas andam pela cidade. E isso pode servir de base para os governantes montarem novas linhas de ônibus ou aumentar a capacidade de uma parada ou estação", explica Yovav Meydad, vice-presidente de produto e marketing da Moovit, em entrevista exclusiva ao jornal "O Estado de S. Paulo".
O executivo veio ao Brasil nesta semana para apresentar o novo serviço da startup israelense em um congresso internacional de transporte público.
Segundo ele, o novo sistema da Moovit cria uma base para uma revolução que está prestes a acontecer nas ruas das cidades: uma frota de carros autônomos circulará pelos bairros, orientada por sistemas que analisam, em tempo real, informações sobre a situação do trânsito e do transporte público.
"Quem vem do subúrbio vai pegar um trem ou metrô para cobrir distâncias. O carro autônomo vai cuidar da última milha, de levar as pessoas das estações aos locais que precisam."
Do total de 55 milhões de usuários da Moovit, mais de 10 milhões são brasileiros.
O serviço já mapeou as redes de transporte em 1,2 mil cidades.
Caronas
A Moovit também vem testando outra fonte de receita: a conexão entre motoristas e passageiros interessados em dar e receber carona.
Ao contrário de empresas como Uber e Cabify, a startup israelense permite apenas que os usuários dividam gastos com gasolina em um trajeto comum entre ambos - a empresa fica com uma comissão a cada viagem.
Por enquanto, a carona já funciona em Tel-Aviv, cidade-sede da Moovit, e em Roma, na Itália.
O serviço chegará ao Brasil, mas, segundo o executivo, a data de lançamento ainda não foi definida.