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Ministério processa Mendes Júnior por atrasos

A companhia está com o seu vice-presidente, Sérgio Cunha Mendes, preso em Curitiba desde novembro do ano passado

Bacia do São Francisco: a Mendes Júnior tem feito demissões em massa na obra desde o fim de 2014 (Divulgação/CHESF)
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Da Redação

Publicado em 4 de março de 2015 às 09h30.

Brasília - A empreiteira Mendes Júnior passou a ser alvo de processos administrativos movidos pelo Ministério da Integração Nacional por atrasos na execução de obras da transposição do Rio São Francisco.

A companhia está com o seu vice-presidente, Sérgio Cunha Mendes, preso em Curitiba desde novembro do ano passado, envolvido com as investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal.

O ministério também quer aplicar multas sobre a construtora nesse novo episódio de complicações enfrentadas pela construtora.

Dona de dois contratos do projeto da transposição, que somam mais de R$ 1,2 bilhão, a Mendes Júnior tem feito demissões em massa na obra desde o fim de 2014.

As paralisações teriam relação direta com as dificuldades financeiras enfrentadas pela empresa. Para resolver a situação, a empreiteira negociou um empréstimo com o Banco Mercantil do Brasil para retomar as obras.

Questionada sobre o financiamento e as causas da paralisação, a Mendes Júnior limitou-se a dizer que "as obras encontram-se em andamento dentro do previsto".

Em nota, o Ministério da Integração confirmou haver um processo administrativo para apurar possíveis falhas: "A empresa apresentou defesa que está em análise pela área jurídica do ministério. Após a conclusão desta análise poderá ser definida a penalidade".

A atuação da Mendes Júnior no São Francisco acaba de ser alvo de auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU).

O levantamento revela que, de setembro de 2014 até agora, o número de trabalhadores da empresa nos dois lotes caiu de 2,6 mil para quase 1,8 mil funcionários.

O corte se concentrou no principal lote tocado pela empresa, cujo investimento total soma R$ 926,9 milhões.

A preocupação do governo é adiar novamente a conclusão da obra. Até dezembro, a execução física no lote principal tocado pela Mendes Júnior só havia atingido 50,3% do total contratado.

No lote menor, de R$ 321,8 milhões, os trabalhos chegavam a 86,9% de execução física.

Água

A Mendes Júnior atua em dois lotes no chamado "Eixo Norte" da transposição, uma calha de concreto prevista para alcançar 260 quilômetros de extensão, com início no município de Cabrobó, em Pernambuco.

A segunda adutora que compõe o projeto é o "Eixo Leste", que captará água na barragem de Itaparica, em Floresta (PE), e avançará mais 217 quilômetros.

A promessa é de que essa rede levará água a 12 milhões de habitantes em 390 municípios do agreste e do sertão de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.

Inicialmente estimada em R$ 4,7 bilhões e prevista para ser concluída em 2012, a transposição já se tornou uma das obras mais caras e atrasadas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). São R$ 8,8 bilhões.

Pelo cronograma atual, a meta é entregar o Eixo Norte até maio de 2016. Em novembro de 2016 seria entregue o Eixo Leste. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

São Paulo - Nove empreiteiras foram alvo da Polícia Federal nesta sexta-feira. A sétima fase da Operação Lava Jato , que investigadesvio de 10 bilhões de reais da Petrobras , fez busca e apreensão nas empresas. Alguns executivos foram presos, para prestar depoimento sobre possível ligação com o esquema de corrupção . Veja nas fotos quais empresas estão sendo investigadas e o que dizem sobre a operação.
  • 2. Odebrecht

    2 /10(Paulo Fridman/Bloomberg)

  • Veja também

    A empresa divulgou nota em que afirma que a Polícia Federal esteve em seu escritório no Rio de Janeiro nesta sexta-feira, para cumprir mandado de busca e apreensão de documentos, expedido no âmbito das investigações sobre supostos crimes cometidos por ex-diretor da Petrobras.“A equipe foi recebida na empresa e obteve todo o auxílio para acessar qualquer documento ou informação buscada”, diz a nota da empresa.A Odebrecht afirma ainda que “está inteiramente à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos sempre que necessário”.
  • 3. UTC Engenharia

    3 /10(Divulgação)

  • A empresa afirmou que “colabora desde o início das investigações e continuará à disposição das autoridades para prestar as informações necessárias”.
  • 4. OAS

    4 /10(Divulgação/PAC)

    A OAS afirmou que “foram prestados todos os esclarecimentos solicitados e dado acesso às informações e documentos requeridos pela Polícia Federal, em visita à sua sede em São Paulo”. A empresa diz ainda que “está à inteira disposição das autoridades e vai continuar colaborando no que for necessário para as investigações”.
  • 5. Engevix

    5 /10(Divulgação/ Engevix)

    Contatada por EXAME.com, a empresa afirmou apenas que “por meio dos seus advogados e executivos, prestará todos os esclarecimentos que forem solicitados”.
  • 6. Galvão Engenharia

    6 /10(Divulgação/ Galvão Engenharia)

    Em nota, a Galvão Engenharia afirmou que "tem colaborado com todas as investigações referentes à Operação Lava Jato e está permanentemente à disposição das autoridades para prestar quaisquer esclarecimentos necessários".
  • 7. Queiroz Galvão

    7 /10(Divulgação)

    A empresa se manifestou através de nota:"A Queiroz Galvão reitera que todas as suas atividades e contratos seguem rigorosamente a legislação em vigor e está à disposição das autoridades para prestar quaisquer esclarecimentos necessários."
  • 8. Camargo Corrêa

    8 /10(Divulgação)

    Em nota, a Camargo Corrêa disse que sempre esteve à disposição das autoridades. Veja a nota:“A Construtora Camargo Corrêa repudia as ações coercitivas, pois a empresa e seus executivos desde o início se colocaram à disposição das autoridades e vêm colaborando com os esclarecimentos dos fatos.”
  • 9. Mendes Junior

    9 /10(Divulgação)

    "O vice-presidente da Mendes Júnior, Sérgio Cunha Mendes, estava em viagem com a família na manhã desta sexta-feira (14/11). Assim que soube do mandado de prisão, tomou providências para se apresentar ainda hoje à Polícia Federal em Curitiba (PR). A Mendes Júnior está colaborando com as investigações, contribuindo para o acesso às informações solicitadas."
  • 10. Iesa

    10 /10(Divulgação IESA)

    EXAME.com não conseguiu contato com nenhum porta-voz da empresa até a publicação da reportagem.
  • Acompanhe tudo sobre:Construção civilConstrutorasEmpresasMendes JúniorMinistério da Integração Nacional

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