Minerva reduzirá alavancagem e ciclo de conversão de caixa

São Paulo - A Minerva Foods, terceira maior produtora de carne bovina do país, quer reduzir o ciclo de conversão de caixa, ou seja, o prazo para receber pagamentos e o nível de endividamento em 2013, disse seu diretor financeiro nesta sexta-feira.

A estratégia após um primeiro trimestre em que o aumento dos custos de produção levou a empresa a elevar o endividamento, visando manter as margens no período sazonalmente mais fraco para o setor de carnes no país.

Ao mesmo tempo, com o incremento das exportações --operações que demandam prazo maior entre concluir a venda e receber o pagamento--, a Minerva viu o ciclo de conversão de caixa aumentar para 17 dias, ante 15 dias em igual período de 2012.

No quarto trimestre, a empresa precisou em média de 12 dias para receber os pagamentos por suas vendas.

"No primeiro trimestre, o incremento da alavancagem veio basicamente do capital de giro, que piorou em cerca de 130 milhões de reais no trimestre, e do ciclo de caixa maior", disse o diretor financeiro da companhia, Edison Ticle, em conferência com analistas.

Segundo ele, a ideia da companhia é voltar a níveis históricos, de cerca de 11-12 dias, mas elevando os níveis de rentabilidade.

"Nós não vamos sacrificar o retorno da companhia sobremaneira para poder vir para uma alavancagem muito, muito baixa", disse Ticle.

Ao final do primeiro trimestre, a relação dívida/Ebitda (indicador de geração de caixa operacional) ficou em 3,1 vezes, ante 2,8 vezes do final de 2012.

A meta da companhia é reduzir esta marca para perto de 2,4 vezes no final deste ano.

"Mas o caminho não é reto. A gente vai adequando a necessidade financeira da companhia à necessidade de geração de valor, de retorno e rentabilidade do negócio", explicou.

O resultado financeiro líquido no primeiro trimestre ficou negativo em 72 milhões de reais, com o aumento das despesas financeiras.

O Minerva divulgou seus resultados na noite quinta-feira, apontando lucro líquido de 5,2 milhões de reais no primeiro trimestre, revertendo prejuízo de quase 67 milhões de reais em igual período de 2012.

Em relatório ao mercado, analistas do Bradesco atribuíram grande parte da piora do fluxo de caixa livre ao acionista, de 130 milhões de reais, à deterioração do fluxo de capital.

Às 12h28, a ação da companhia na Bovespa caía 5,1 por cento, enquanto a Ibovespa tinha perda de 0,67 por cento. (Reportagem Fabíola Gomes; Edição Roberto Samora e Aluísio Alves)