Lucro do BNDES cresce 3,1% e atinge R$ 6,392 bilhões em 2016
BNDES informou que houve redução do saldo de operações na carteira de crédito devido ao desaquecimento da economia
Estadão Conteúdo
Publicado em 10 de março de 2017 às 13h53.
Rio - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social ( BNDES ) registrou lucro líquido de R$ 6,392 bilhões em 2016, alta de 3,1% ante 2015, quando o lucro líquido ficou em R$ 6,199 bilhões, conforme balanço divulgado nesta sexta-feira, 10.
A receita da intermediação financeira encolheu 38%, caindo de R$ 105,342 bilhões em 2015 para R$ 65,275 bilhões em 2016.
Com isso, o resultado bruto da intermediação financeira caiu 10,7%, para R$ 16,690 bilhões, contra os R$ 18,691 bilhões registrados em 2015.
Nas notas explicativas, ao citar os itens significativos que afetaram a demonstração de resultados de 2016, mas sem mencionar valores, o BNDES diz que houve "redução do saldo da carteira de operações de crédito e repasses interfinanceiros, reflexo do maior volume de recebimentos (liquidações) em 2016, superando as liberações de crédito, em razão do desaquecimento da economia e consequente redução da demanda de recursos para novos investimentos".
Teve impacto sobre o resultado de intermediação financeira a perda de R$ 9,156 bilhões com provisões para risco de crédito, valor 524% acima do R$ 1,468 bilhão de 2015.
O BNDES é credor em R$ 3,3 bilhões da operadores de telefonia Oi, em recuperação judicial desde o ano passado.
Nas notas explicativas, o BNDES diz que a alta na despesa com provisão para créditos de liquidação duvidosa refletiu "o alinhamento da carteira de crédito e repasses do BNDES em meio a atual conjuntura da economia nacional, marcada pela piora do risco setorial e pelo aumento da inadimplência global".
Segundo o BNDES, a carteira de participações societárias cresceu, "reflexo principalmente da valorização da carteira de ações classificadas como disponíveis para venda", mas o resultado negativo com participações societárias ficou negativo, "reflexo principalmente da constituição de provisão para perdas em investimentos". Em 2016, a constituição de provisão para perdas em investimentos foi de R$ 5,317 bilhões, contra R$ 9,736 bilhões em 2015.
Ainda conforme as notas explicativas, houve em 2016 redução das obrigações por empréstimos e repasses, "decorrentes principalmente da liquidação antecipada de repasses com o Tesouro Nacional".
Ano passado, o BNDES concluiu a devolução de R$ 100 bilhões em empréstimos do Tesouro, uma das medidas do Ministério da Fazenda para reduzir a dívida pública bruta.