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Remy Sharp
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A transformação digital em curso no Brasil tem colocado à prova a capacidade de grandes corporações em inovar e explorar novos caminhos para ampliar as receitas e manter a competitividade. 

Nesse cenário, destacam-se empresas que lançam mão de estratégias de  inovação, entre elas a associação e investimentos em startups, o chamado Corporate Venture Capital (CVC). Segundo a Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCap), cerca de 83% das grandes empresas brasileiras já possuem alguma iniciativa de corporate venture capital.

A urgência por inovação é ainda mais gritante em indústrias tradicionais e que foram duramente impactadas pela pandemia, como a farmacêutica. A multinacional Eurofarma não foge à regra. Para driblar desafios ligados ao time to market e para ser capaz de explorar tecnologias em ascensão no mercado, a companhia criou, em 2018, o Neuron Ventures, veículo proprietário para investimento em startups.

De lá para cá, foram pelo menos dez investidas. O foco está em startups de saúde e bem-estar que possam trazer novo fôlego inovativo e ampliar a estratégia de negócios da companhia. “O grande objetivo do nosso fundo é agregar valor estratégico. Assim mantemos um diferencial no mercado e, em paralelo, nossa sobrevivência”, disse Erica Menezes, head de CVC da Eurofarma.

Menezes falou sobre o tema e sobre os aprendizados da Eurofarma ao investir em startups nos últimos anos em um painel durante o Bossa Summit, evento de empreendedorismo do fundo Bossanova Investimentos que acontece nesta quinta e sexta-feira, em São Paulo.

Para ela, o propósito central da Eurofarma com o fundo — que tem algo como R$ 50 milhões para direcionar a empresas emergentes — é promover benefícios mútuos para a corporação e também para os empreendedores. “Quando falamos em valor, a percepção de que podemos crescer também deve ser replicada às startups. Elas também podem se beneficiar dessa relação”, disse. Entre as investidas da Eurofarma, estão a marca de cosméticos Just for You e a plataforma de atendimento psicológico Psicologia Viva.

Em ascensão, o Corporate Venture Capital tem despertado o interesse de corporações que ainda não possuem iniciativas do tipo. Para companhias que desejam estruturar, pela primeira vez, seus próprios veículos para investir em startups, Menezes listou algumas dicas.

O que empresas precisam saber ao entrar para o CVC

1. Todos precisam estar engajados

Para a especialista, o envolvimento de todos os times da empresa investidora é tão importante quanto o de empreendedores por trás das startups investidas. 

Por isso, é essencial que todos os times tenham clareza sobre a importância da estratégia de CVC para a companhia. “CVC não é algo trivial.Todos precisam entender a relevância daquilo”, disse.

2. Comunique os impactos no curto prazo

Sem muitas ambições em relação ao retorno financeiro imediato, empresas passam a investir em startups para se preparar para disrupções futuras e criar novos negócios, segundo pesquisa da ABVCAP. Com isso, Corporate Venture Capital, segundo Menezes, é sobre o longo prazo.

O longo período sem retornos financeiros, contudo, deve ser comunicado à empresa desde o início. “É preciso mostrar que mesmo que os impactos financeiros venham apenas no futuro, há muitas vantagens relacionadas à estratégia, inovação e posicionamento no presente”, disse. Do lado financeiro, acompanhar anualmente algumas métricas como rentabilidade e valor de mercado das startups pode ajudar a companhia a ter mais visibilidade sobre os retornos como CVC.

3. Transparência é tudo

Em operações de CVC, é vital que empresas e empreendedores definam, com clareza, seus objetivos. Para as grandes empresas, é essencial priorizar o envolvimento dos empreendedores em tomadas de decisão estratégicas. Para isso, é necessário evidenciar os desafios atuais da companhia e buscar extrair ideias e projetos dessa parceria. 

Já para as startups, Menezes explica, a necessidade de transparência está relacionada ao momento financeiro e velocidade com que a companhia tem atinigido os objetivos estabelecidos antes do investimento. "O momento da startup não deve ser um segredo para os investidores. Afinal, quando precisar ir atrás de mais apoio e follow-ons, ela terá os números e argumentos para justificar isso", disse.

A vez do CVC: para onde vão os investimentos corporativos em startups — e por que são tão populares?

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