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Corporate Venture Capital: mais de 80% das empresas brasileiras já investem em startups

Pesquisa da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP) indica interesse crescente de empresas por startups e grau de maturidade dos investimentos corporativos no país

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Investimentos em startups: 83% das empresas brasileiras têm programas de CVC (Prostock-Studio/Getty Images)

Investimentos em startups: 83% das empresas brasileiras têm programas de CVC (Prostock-Studio/Getty Images)

Investimentos feitos por empresas em startups, o chamado Corporate Venture Capital (CVC) segue sendo um filão para grandes companhias, levando boa parte delas a correr contra o relógio para criar iniciativas próprias de fomento e injeção de capital nas pequenas tecnológicas. É o que indica uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP), principal associação a mapear investimentos do gênero.

Em sua pesquisa anual, a ABVCAP indica o crescente interesse de grandes companhias por inovações que vêm das startups. De acordo com o estudo, realizado em parceria com a EloGroup, Fundação Dom Cabral (FDC), Wayra Brasil, Vivo Ventures, Global Corporate Venturing (GCV) e ApexBrasil, cerca de 83% das empresas de médio e grande porte do Brasil já possuem iniciativas para investimentos em startups.

Para a análise, foram ouvidas 41 empresas com faturamento líquido anual igual ou superior a R$ 1 bilhão —80% das empresas se enquadram nessa categoria. Outras respondentes têm faturamento que variam de R$ 1 bilhão a R$ 5 bilhões (17%); de R$ 5 bilhões a R$ 10 bilhões (20%) e acima de R$ 100 bilhões (20%). As respondentes são dos setores:

  • indústria;
  • energia;
  • saúde;
  • serviços;
  • tecnologia da informação.

Outro detalhe que chama a atenção é a disposição de empresas que não investem em empresas a fazê-lo em um futuro próximo. Todas as companhias que ainda não possuem CVC (17,1%), antecipam o desejo em adotar a modalidade, seja por meio da contratação de consultorias especializadas ou do uso de talentos da própria empresa.

O cenário do CVC no Brasil

O apetite por esta modalidade vem na contramão do momento atual para investimentos de risco em startups, o chamado venture capital, tradicionalmente associado à injeção de capital agressiva por fundos com múltiplos investidores habituados a investir em empresas com potencial de crescimento, mas com risco elevado — geralmente, por serem novatas no mercado.

Ainda que tenha sofrido alguns baques como reflexo do cenário como um todo, o mercado de CVC segue em alta desde 2020, avalia a ABVCAP. Apenas em 2022, 13 empresas listadas em bolsa lançaram seus próprios fundos e, juntas, anunciaram ter R$ 3,04 bilhões de reais em capital comprometido para essa finalidade.

Segundo a pesquisa, grande parte (72,7%) das iniciativas de CVC no Brasil ainda está em estágio inicial, tendo sido criadas entre os anos de 2020 e 2022. Isso indica uma curva de maturação ainda em curso no país. Uma parcela reduzida (15,2%) de iniciativas foram criadas entre 2017 e 2019, assim consideradas em fase de expansão, e outras 12% estão na fase resiliência, pois foram criadas antes de 2016.

Como as empresas investem em startups

A criação de verticais próprias de CVC costuma ser a maneira mais adotada para o investimento em startups, segundo a ABVCAP. Em 58,6% das companhias, há unidades próprias com estrutura societária (fundos, SPEs ou offshores). Outras empresas investem da seguinte maneira:

  • investimentos por participação minoritária pelo balanço da companhia (sem estrtutura de CVC própria): 19,5%;
  • programas de aceleração ou incubação: 17,1%;
  • programas de inovação aberta: 2,4%

Já em relação ao volume financeiro dedicado a esses investimentos, a pesquisa identifica que a maior parte dos novos CVCs destina entre R$ 50 milhões e R$ 120 milhões para investimento em startups.

“A pesquisa mostra um amadurecimento do ecossistema de startups e capital de risco com uma busca das empresas investidoras por profissionalização das iniciativas de CVC. Essa tendência segue as melhores práticas globais de viabilizar os objetivos de inovação e novos negócios das companhias com retorno financeiro”, diz Sandro Valeri, da EloGroup, e coordenador do Comitê de CVC da ABVCAP.

 

 

 

 

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