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J&F negociou Delta "por conta e risco", diz Coutinho

Além dos comentários do presidente do BNDES, o procurador da República Edson Abdon abriu inquérito para investigar a venda da empreiteira Delta ao Grupo J&F Participações

Coutinho: "Nós já tínhamos nos manifestado que isso é um assunto que correu por conta e risco dos controladores da holding controladora e não teve nem consulta nem aprovação" (Paulo Whitaker/Reuters)

Coutinho: "Nós já tínhamos nos manifestado que isso é um assunto que correu por conta e risco dos controladores da holding controladora e não teve nem consulta nem aprovação" (Paulo Whitaker/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 17 de maio de 2012 às 14h00.

Brasília - A compra da Delta ocorreu "por conta e risco do Grupo J&F Participações, declarou nesta quinta-feira o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho.

"Já falamos sobre isso. Nós já tínhamos nos manifestado que isso é um assunto que correu por conta e risco dos controladores da holding controladora e não teve nem consulta nem aprovação (nossa)", disse Coutinho a jornalistas, após participar de cerimônia no Palácio do Planalto.

Conforme informa o jornal O Estado de S.Paulo desta quinta, o procurador da República Edson Abdon abriu inquérito para investigar a venda da empreiteira Delta Construções ao Grupo J&F Participações, proprietária do JBS, frigorífico que tem 31,4% de suas ações em poder do BNDES. A holding J&F controla ainda a empresa de higiene e limpeza Flora, a de papel e celulose Eldorado Brasil e o banco Original.

O objetivo da investigação, pedida na semana passada pelo procurador regional da República no Rio de Janeiro, Nivio de Freitas Silva Filho, é evitar que os controladores da Delta - mais de 80% propriedade do empresário Fernando Cavendish - fujam ao pagamento de eventuais prejuízos por supostas irregularidades cometidas pela empresa.

A Delta é suspeita de envolvimento com o esquema do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, para corromper agentes públicos e superfaturar obras, entre outros crimes.

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