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Modelo de pagamento não sobrecarrega a Petrobras, diz Graça

Presidente da Petrobras reforçou que o impacto da contratação de quatro áreas sobre sua situação financeira "será mínimo"

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 24 de junho de 2014 às 20h51.

Rio - A presidente da Petrobras, Graça Foster, negou que a contratação das quatro áreas (Búzios, Entorno de Iara, Florim e Nordeste de Tupi) gere uma sobrecarga na companhia e reforçou que o impacto sobre sua situação financeira "será mínimo".

A executiva defendeu o modelo de pagamento de bônus e antecipação de produção, conforme anunciado nesta terça-feira, 24.

De acordo com a executiva, a antecipação da produção é uma forma de pagamento pela exploração dos volumes excedentes das quatro áreas. Graça esclareceu que este pagamento não será feito com a produção obtida nessas áreas.

"Não é que tenhamos que parar alguns projetos em curso para produzir e entregar esse óleo nesses prazos entre 2015 e 2018. Não haveria a menor condição de fazermos qualquer tipo de antecipação dessa área, é uma antecipação da produção da Petrobras", afirmou a presidente.

"São volumes crescentes quando a companhia também está crescendo sua produção de petróleo."

Graça também reforçou que o pagamento dos R$ 13 bilhões restantes, parcelados ao longo de quatro anos, pode ser feito em óleo ou em dinheiro.

"Essa é uma condição que o governo coloca", explicou. Segundo ela, os volumes previstos para o pagamento não guardam relação com o volume esperado para a área excedente.

A presidente também destacou que a companhia começará a ter receita da exploração do volume excedente das quatro áreas a partir de 2021, quando começará a produção.

"Entre 2025 e 2027 é quando temos o maior volume de óleo 100% Petrobras", destacou.

Esse modelo de pagamento, segundo a executiva, não sobrecarrega a empresa.

"Essa é uma forma que sensibiliza, que impacta menos os indicadores nossos de endividamento líquido sobre Ebitda. É uma forma racional de impactar minimamente. O governo não fez algo para sobrecarregar a Petrobras", afirmou.

Parcerias

A Petrobras não tem intenção de buscar parceiro para atuar com ela nas quatro áreas que serão contratadas diretamente pela estatal, informou Graça. Ela reiterou que essa área terá produção certa e, por isso, "é importante que a Petrobras tenha 100% dela".

Já o diretor de Exploração e Produção, José Formigli, complementou que "não há petroleira no mundo que não gostaria de estar no lugar da Petrobras".

A Petrobras estima que irá utilizar pouco mais de nove plataformas para produzir nas quatro áreas que irá contratar diretamente da União, informou Formigli.

Ele lembrou que para a cessão onerosa de 5 bilhões de barris de óleo equivalente (boe) foi projetada a instalação de nove unidades e que, para as quatro áreas (Búzios, Entorno de Iara, Florim e Nordeste de Tupi), a expectativa é utilizar número semelhante de plataformas.

Superávit fiscal

Graça negou que a formalização do contrato para exploração dos volumes excedentes tenha relação com o calendário eleitoral deste ano. Em coletiva de imprensa, a executiva também afirmou que não sabe se o valor pago pela companhia ao Tesouro como bônus de assinatura terá impacto sobre o superávit do governo.

"Estou discutindo esse assunto há pelo menos dois anos e não poderia ser de outra forma. Meu calendário é o calendário da Petrobras, estou aqui há 37 anos", afirmou a executiva.

"Não sei se tem a relevância, não sei o impacto disso no superávit. Sei que R$ 2 bilhões é o valor que tenho que pagar este ano. Esse valor foi muito discutido".

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