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GOL decola menos para ganhar mais

Ainda que tenha transportado menos pessoas, a empresa ganhou 2,3% a mais por passageiro no último trimestre


	GOL: ainda que tenha decolado menos, a empresa ganhou 2,3% a mais por passageiro no último trimestre
 (Divulgação)

GOL: ainda que tenha decolado menos, a empresa ganhou 2,3% a mais por passageiro no último trimestre (Divulgação)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 1 de fevereiro de 2016 às 16h25.

São Paulo - Com menos oferta de voos e um preço maior pelas passagens, a GOL está tentando se adequar ao cenário econômico atual. 

Ainda que tenha decolado menos, a empresa ganhou 2,3% a mais por passageiro no último trimestre. As medidas agradaram investidores e as ações subiram mais de 30% em um dia.

A partir do segundo semestre de 2015, a empresa começou a adotar uma estratégia de diminuir a oferta de assentos nos voos e aumentar o preço das passagens. A justificativa é adequar a oferta à demanda, que encolhe com a crise econômica.

Enquanto a oferta de assentos caiu 5% no quarto trimestre e se manteve estável no ano, a demanda caiu 9% nos últimos três meses e subiu 1% no ano.

No mercado doméstico, a oferta caiu 4% no último período, acompanhando a demanda, que caiu 8%. Já para voos internacionais, tanto oferta quanto a demanda caíram 13% no último trimestre.

Dezembro, mês de férias escolares e festas de fim de ano, foi um mês de quedas nos voos internacionais. A empresa derrubou o número de assentos oferecidos em 22%, enquanto a demanda caiu 20% em um único mês.

Passagens mais caras e voos mais vazios

Ao mesmo tempo em que reduziu a oferta, a companhia aérea aumentou o preço das passagens em 6,8% no último trimestre em comparação com o fim de 2014.

Essa medida prejudicou a ocupação das aeronaves, que caiu 3,9 pontos porcentuais no último trimestre, de 79,9% para 76%. Dessa forma, a empresa conseguiu aumentar a receita por passageiro em 2,3%.

“Em detrimento da taxa de ocupação, vamos melhorar o preço para melhorar a rentabilidade”, disse Edmar Lopes, vice-presidente financeiro e de relações com investidores, em conferência a analistas.

A ocupação dos assentos não foi o único sacrifício que a GOL precisou fazer. Em 2014, a companhia aérea buscava aumentar sua carteira de voos internacionais para elevar a fatia de receitas em dólares. Porém, por causa da crise econômica, ela mudou o mix.

As viagens para Miami e Orlando, que tinham uma frequência diária, passarão a se concentrar nos períodos de férias, a partir de fevereiro. Os voos para a Venezuela foram reduzidos para uma vez por semana.

Gasolina em conta

A empresa prevê ter um alívio nas suas receitas para os próximos meses. No último ano, o preço médio do combustível caiu 42% e, em janeiro, está ainda mais baixo. 

A GOL espera que essa queda de preço se reflita em uma economia de custos a partir de março desse ano. “Em 2016, vamos viver um dia depois do outro”, afirmou Lopes.
Os resultados financeiros da companhia aérea no ano de 2015 serão apresentados apenas em março. 

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