Negócios

GOL ajusta rota para enfrentar prejuízo bilionário

Variação cambial e crise no setor corporativo, levaram companhia a um resultado negativo de R$ 2,13 bilhões no terceiro trimestre


	Nas alturas: variação cambial e crise no setor corporativo atrapalharam negócios da empresa
 (Divulgção)

Nas alturas: variação cambial e crise no setor corporativo atrapalharam negócios da empresa (Divulgção)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 12 de novembro de 2015 às 17h08.

São Paulo - A GOL está aplicando diversas mudanças para se adequar ao novo cenário econômico, como redução de oferta no número de voos e redesenho da estrutura organizacional.

Com um prejuízo de 2,133 bilhões de reais no terceiro trimestre, a companhia aérea avaliou que a desvalorização de 62% do real no período contribuiu para o resultado negativo.

Outra justificativa foi a “velocidade com o que o setor se deteriorou”, afirmou o presidente Paulo Kakinoff em coletiva de resultados. Com os principais setores da economia sofrendo com a crise, as viagens a trabalho, que rendem as maiores margens à empresa, têm se tornado mais raras.

Para o último trimestre do ano, a empresa desenrolou um plano com redução de ofertas, adiou recebimento de aeronaves novas e enxugou sua estrutura hierárquica.

Menos voos

Uma das medidas é a redução da oferta de assentos domésticos de 5% a 7% para o quarto trimestre. Dessa forma, a taxa de ocupação e a eficiência da companhia também irão melhorar.

O presidente Kakinoff não deu estimativas sobre a oferta do ano que vem, mas afirmou que “a tendência para o setor (de redução nas ofertas) permanece”.

Aluguel para a Europa

Enquanto não estiverem voando pela GOL, a empresa irá alugar ainda mais aviões para outras companhias aéreas.

Para reduzir ainda mais o número de voos aqui no Brasil, a companhia aérea aumentou o número de “subleasing”, ou subarrendamento de aviões, de 7 em 2015 para 12 em 2016.

Assim, a empresa adequa sua oferta, ao mesmo tempo em que aumenta as receitas e diminui custos com manutenção e aluguel nos aeroportos.

Mudança de malha

Ela está preparando uma mudança maior na malha de voos, mas já adequou alguns voos, principalmente internacionais.

As viagens para Miami e Orlando, que tinham uma frequência diária, passarão a se concentrar nos períodos de férias, a partir de fevereiro.

Os voos para a Venezuela foram reduzidos para uma frequência semanal, semanais, mas ela desenvolve um estudo da continuidade das operações.

A oferta de assentos internacionais deve cair entre 7% a 8% no último trimestre do ano. Apesar disso, a empresa acrescentou Havana, em Cuba, a seus destinos internacionais.

Vagas fechadas

Como resultado de um esforço de meses, a empresa reduziu cargos executivos, para diminuir níveis hierárquicos e aumentar a agilidade na tomada de decisões. Segundo o presidente, 35 cargos foram reduzidos no último ano.

Kakinoff afirmou que cargos operacionais, como pilotos ou tripulantes, não foram afetados por essa mudança. Além disso, a empresa deixou de repor as vagas em aberto, “pelo menos de maneira temporária”, disse ele.

Adiar novos aviões

Nos próximos anos, a GOL iria receber 15 novos aviões, encomendados da Boieng. Diante do novo cenário, o número foi reduzido para 4.

Ainda com todas essas medidas, revisou sua projeção de margem operacional (Ebit) em 2015. Ela deverá estar no intervalo de -2% a 0%, ao invés de alta de 2% a 5%. 

Acompanhe tudo sobre:AviaçãoAviõescompanhias-aereasCrises em empresasEmpresasEmpresas brasileirasgestao-de-negociosGol Linhas AéreasPrejuízoResultadoServiçosSetor de transporteTransportesVeículos

Mais de Negócios

5 pontos para investir numa franquia, sem entrar numa fria, por Marcelo Cherto

Ele deixou a TI para abrir um plano de saúde com IA. Após 3 anos, o negócio já fatura R$ 30 milhões

PUMA faz investimento histórico em marketing para reforçar posição de marca mais rápida do mundo

The Garage da Nexmuv lança mais uma startup de IA que impulsionará vendas online e no varejo

Mais na Exame