Gerdau emite metade da média global de CO2 do setor
Em seu novo relatório anual, a maior produtora nacional de aço mostra os avanços rumo a uma operação mais sustentável e em linha com as melhores práticas de ESG
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Publicado em 21 de junho de 2021 às 08h58.
Dar prioridade estratégica às questões ambientais trouxe avanços significativos aos indicadores ESG da Gerdau. A companhia brasileira registrou, em 2020, uma das menores médias de emissão de CO2 da indústria do aço. Segundo o relatório anual da multinacional brasileira, as emissões de gases causadores de efeito estufa da empresa ficaram em 0,93 tonelada de CO2 por tonelada de aço produzido, o que representa aproximadamente a metade da média global da indústria do aço, tendo como base dados da Associação Mundial do Aço (worldsteel).
Contribuiu para a Gerdau atingir essa marca a adoção de uma matriz de produção que tem a reciclagem de sucata ferrosa como a principal matéria-prima e o uso de carvão vegetal de florestas plantadas. “Gerenciamos as ações de mitigação das consequências das mudanças climáticas, com foco na eficiência energética, utilização de sucata metálica como matéria-prima e uso de carvão vegetal. A empresa se estruturou, em 2020, para identificar potenciais projetos de eficiência energética e outras alternativas de redução de emissões”, comenta Cenira Nunes, gerente-geral de meio ambiente da Gerdau.
Também no ano passado, a Gerdau passou a reportar suas operações no Brasil ao Carbon Disclosure Project (CDP), ONG internacional que incentiva empresas, cidades e outras organizações públicas e privadas a informar dados sobre sua performance ambiental.
Sustentabilidade em toda a cadeia
Somente em 2020, a companhia reciclou 11 milhões de toneladas de sucata ferrosa, o que coloca a Gerdau como a maior recicladora do produto na América Latina. Vale ressaltar que 73% do aço produzido nas usinas da multinacional tem como matéria-prima a sucata ferrosa, e cada tonelada de aço produzida com sucata ferrosa equivale a deixar de emitir 1,5 tonelada de gases causadores de efeito estufa.
“O uso de sucata ferrosa como matéria-prima nas usinas semi-integradas tem efeitos positivos na mitigação das mudanças climáticas, pois poupa recursos naturais, reduz o consumo de energia e a emissão de gases que causam o efeito estufa”, explica Cenira.
Além de utilizar matéria-prima reciclada em boa parte de sua produção, a Gerdau reaproveita cerca de 98% da água usada em seus processos industriais e 78% de todos os resíduos gerados. “É uma característica da indústria do aço gerar um volume significativo de resíduos em seus processos. A Gerdau dedica grande esforço ao desenvolvimento de rotas tecnológicas que permitam o reaproveitamento desses materiais em suas próprias usinas ou para outros fins produtivos”, diz Nunes.
Gestão de resíduos
Desde 2019, a empresa mantém uma equipe de pesquisa e desenvolvimento que busca alternativas para o descarte dos resíduos de suas usinas. A meta é atingir 95% de reaproveitamento de resíduos nas unidades do Brasil em 2021.
O investimento da Gerdau em questões ambientais atingiu 417 milhões de reais em 2020. Isso inclui, além da melhoria de práticas de ecoeficiência, o uso de tecnologias para a proteção do ar, da água e do solo.
Legado na pandemia
Todos esses avanços da companhia, que completa 120 anos em 2021, foram divulgados em seu relatório anual, dando transparência à estratégia ESG do gigante do aço. No pilar social, a Gerdau destinou 20 milhões de reais adicionais ao orçamento para ser aplicados em iniciativas relacionadas ao combate da pandemia. Assim, a empresa, junto com parceiros, construiu em tempo recorde dois hospitais: um em São Paulo e outro em Porto Alegre, totalizando 160 novos leitos.
A construção foi realizada pela empresa de construção modular em estruturas metálicas Brasil ao Cubo. Outros oito hospitais tiveram suas estruturas reformadas ou melhoradas com esse orçamento, sendo sete no Brasil e um na Argentina.
Incentivo ao empreendedorismo e à diversidade
O investimento social da companhia conectado à sua estratégia somou 40 milhões de reais no ano passado entre recursos próprios e incentivados. Entre as iniciativas está o Gerdau Transforma, um projeto de desenvolvimento e formação que tem como público-alvo futuros empreendedores e pessoas que já atuam como informais ou autônomos. Em 2020, houve turmas especiais para mulheres e negros.
A diversidade, aliás, é um pilar estratégico para a Gerdau, externa e internamente. “Entendemos que, para seguir competitiva no futuro, a empresa deverá ser ainda mais diversa”, diz Pedro Torres, Líder de comunicação e marca da Gerdau.
Diversas iniciativas foram colocadas em prática em 2020, como o programa Helda Gerdau, que apoia o crescimento de líderes mulheres dentro da empresa. O compromisso da companhia é alcançar 30% de mulheres nas posições de liderança até 2025. Hoje, as executivas ocupam 21% dos cargos de gestão. A empresa conta com uma mulher no conselho de administração e três em posição de diretoria (C-level). Foi em 2020 que, pela primeira vez em 120 anos de história da companhia, uma mulher assumiu o comando de uma das operações de negócio.
Os processos de seleção de estagiários e trainees estabeleceram como meta, em 2020, ter 50% de mulheres. O critério racial também foi considerado no programa de estágio e 37% dos contratados no ano foram pessoas negras.
Os avanços na agenda ESG não vão parar. A Gerdau se prepara para avançar na estratégia ESG com a ambição de se tornar uma referência no setor global do aço e uma das indústrias brasileiras mais diversas e inclusivas. “Continuaremos reportando a jornada ESG da Gerdau com cada vez mais transparência. Nosso Relatório Anual 2020 já reúne dezenas de indicadores para orientar o leitor na análise do desempenho econômico, social, ambiental e de governança da empresa. O material traz também a matriz de materialidade da Gerdau e faz correlação entre os indicadores e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU”, conclui Torres.
Clique aqui para ter acesso ao relatório completo.