Negócios

GE venderá parte de unidade de finanças e retornar US$ 90 bi

A GE vai vender a maior parte de sua unidade de negócios financeiros e retornar até US$ 90 bilhões aos acionistas, em plano para se tornar "mais simples"


	General Electric: estratégia vai reduzir dramaticamente a exposição da GE a empréstimos e outros negócios financeiros
 (Divulgação/ GE)

General Electric: estratégia vai reduzir dramaticamente a exposição da GE a empréstimos e outros negócios financeiros (Divulgação/ GE)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de abril de 2015 às 22h30.

A General Electric vai vender a maior parte de sua unidade de negócios financeiros e retornar aos acionistas até 90 bilhões de dólares, em um plano para se tornar um grupo industrial "mais simples" em vez de um híbrido de banco e manufatura.

A companhia revelou nesta sexta-feira um plano de reestruturação que inclui recompra de até 50 bilhões de dólares em ações, venda de cerca de 30 bilhões de dólares em ativos imobiliários ao longo dos próximos dois anos e saída de mais negócios da GE Capital. As ações do conglomerado dispararam 10,8 por cento.

A GE informou que poderá retornar aos investidores até 90 bilhões de dólares por meio de uma combinação de dividendos, recompra de 50 bilhões de dólares em ações e conclusão da separação do grupo da unidade de cartões de crédito Synchrony Financial, planejada para o final de 2015.

O programa de recompra, que será em parte financiado por 35 bilhões de dólares em recursos retornados pela GE Capital, é o segundo maior da história depois que a Apple anunciou seu plano de 90 bilhões de dólares. A GE, que tinha 10,06 bilhões de ações em circulação até 31 de janeiro, informou que espera reduzir esse volume em até 20 por cento, para 8 bilhões a 8,5 bilhões de papéis até 2018.

No total, a GE planeja se livrar de 275 bilhões de dólares em ativos da unidade financeira GE Capital. Isso inclui a separação do grupo da Synchrony, as vendas de ativos imobiliários e futuras vendas de negócios de crédito comercial e a consumidores que têm ativos de cerca de 165 bilhões de dólares.

A companhia planeja manter 90 bilhões de dólares em ativos financeiros diretamente relacionados à venda de seus produtos, que incluem turbinas de aviões, equipamentos médicos e para geração e transmissão de energia.

Blackstone Group e Wells Fargo confirmaram que estão comprando a maior parte dos ativos imobiliários da GE Capital por cerca de 23 bilhões de dólares.

A estratégia anunciada nesta sexta-feira vai reduzir dramaticamente a exposição da GE a empréstimos e outros negócios financeiros.

O presidente-executivo do conglomerado, Jeff Immelt, afirmou a investidores que a companhia vai tentar gerar 90 por cento de seu lucro a partir de operações industriais até 2018. Ele tinha previsto anteriormente que a participação cresceria para 75 por cento até 2016 ante 55 por cento em 2013.

"Achamos que o momento do mercado é muito bom, dado o valor dos ativos de serviços financeiros", disse Immelt em entrevista. "Houve momentos no passado quando não havia muitos compradores. Agora há."

Immelt e outros executivos da GE afirmaram que planejam investir 3 bilhões a 5 bilhões de dólares por ano em aquisições industriais.

Executivos deram uma série de razões para decisão do grupo em reduzir sua presença na indústria financeira. Um deles é que desde a crise financeira internacional ficou mais difícil para a GE financiar suas operações de empréstimos.

A GE financiava a maior parte de seus empréstimos e leasings por meio de dinheiro captado junto a mercados de bônus. Durante a crise financeira, o grupo perdeu acesso a esse tipo de financiamento, o que fez o grupo a ficar desconfortavelmente próximo de ficar sem recursos.

Empresas financeiras como a GE Capital e CIT Group, que não podem contar com depósitos bancários para financiar seus negócios, tiveram que repensar suas estratégias após a crise e muitos decidiram reduzir ativos na área ou se tornaram bancos.

Além disso, o tamanho dos negócios da GE Capital e potenciais riscos gerados por seu portfólio de empréstimos tornaram a empresa sistemicamente importante para se tornar alvo de regulações governamentais. A GE disse que vai pedir para deixar de ser alvo dessa supervisão em 2016 uma vez que terá reduzido o tamanho dos negócios financeiros.

Acompanhe tudo sobre:AcionistasEmpresasEmpresas americanasGE - General Electric

Mais de Negócios

De ex-condenado a bilionário: como ele construiu uma fortuna de US$ 8 bi vendendo carros usados

Como a mulher mais rica do mundo gasta sua fortuna de R$ 522 bilhões

Ele saiu do zero, superou o burnout e hoje faz R$ 500 milhões com tecnologia

"Bar da boiadeira" faz investimento coletivo para abrir novas unidades e faturar R$ 90 milhões