Fusão entre Kroton e Estácio está na corda bamba no Cade
ÀS SETE - A tentativa da Kroton para assumir o posto de maior empresa de educação no mundo pode ser rejeitada pelo órgão antitruste ainda esta semana
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SALA DE AULA DA KROTON: avaliação da fusão com a Estácio no Cade / Germano Lüders
Publicado em 28 de junho de 2017 às, 06h33.
Última atualização em 28 de junho de 2017 às, 08h04.
Será julgada nesta quarta-feira a fusão das gigantes Kroton e Estácio, as duas maiores empresas privadas de educação superior do Brasil.
As últimas semanas foram conturbadas com as mudanças no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que pode aprovar, negar ou adiar a votação, caso haja pedido de vista. Juntas, as duas empresas somariam 1,5 milhão de alunos e 23% de participação no mercado brasileiro.
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Na semana passada, novos nomes passaram a compor o Cade, às vésperas da decisão. O novo presidente agora é Alexandre Barreto de Souza, vaga que estava aberta há meses, e junto a ele chegou um novo conselheiro, Maurício Bandeira Maia — ambos nomeados pelo presidente Michel Temer.
Com a oficialização dos novos integrantes da bancada, a Kroton chegou a propor à Estácio, na quinta-feira, que o processo fosse retirado e só reapresentado de novo ao Cade em 90 dias, numa estratégia que ajudaria a ganhar tempo para convencer os dois novos membros a aprovarem a fusão.
A Kroton tem jogado duro na briga pelo posto de maior empresa de educação no mundo. No ano passado, com a aquisição da Anhanguera, a companhia havia conseguido superar a sua principal rival, a chinesa New Oriental, que vale 11,45 bilhões de dólares (cerca de 38 bilhões de reais).
O páreo é difícil, mas a Kroton, que vale hoje 22 bilhões de reais, agora espera dar um passo importante para ao menos voltar à disputa. Com a fusão com a Estácio, o grupo passa a ofertar 12.600 cursos de educação superior, em quase 700 municípios.
A concentração de mercado preocupa. A OAB, na segunda-feira, apresentou um parecer alertando para os riscos da fusão, que teriam como principal consequência a precarização do ensino superior privado no país.
Para contornar contestações desse tipo, que podem minar a fusão, a Kroton já se prepara para apresentar algumas alternativas. Uma das possibilidades para a empresa é se desfazer da Uniderp e de parte do ensino presencial da Anhanguera, como forma de ampliar as chances de fechar o acordo.
Mas a distância dos outros grupos é inegável. O segundo colocado seria o grupo Ser Educacional, que conta com 150.000 alunos, 10% da soma Kroton+Estácio. Dias difíceis para a concorrência estão por vir.
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