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Fiat Strada lidera vendas e Stellantis tem 38% do mercado. Por quê?

Em meio à falta de semicondutores, conglomerado (que inclui Fiat e Jeep) emplacou sete entre os dez mais vendidos

Vantagem: Fiat Strada mantém liderança isolada em relação ao vice-líder Hyundai HB20 (Stellantis/Divulgação)
GA

Gabriel Aguiar

Publicado em 5 de julho de 2021 às 14h36.

Última atualização em 8 de julho de 2021 às 19h57.

A Fiat manteve a liderança nos emplacamentos em junho – pelo sexto mês consecutivo –, com a picape Strada à frente do mercado. Mais que isso: a marca colocou cinco modelos entre os dez mais vendidos. E, considerando a Jeep ( que faz parte do mesmo grupo Stellantis ), a presença do conglomerado chega a sete veículos. Por outro lado, Chevrolet e Volkswagen sequer entraram na primeira dezena.

“O grande diferencial do sucesso foi a aposta que fizeram no fim do ano passado, quando já existia uma previsão de falta de componentes. Enquanto alguns fabricantes projetaram um novolockdown, o grupo Stellantis manteve a previsão de produção. São diferentes conceitos: alguns projetaram um cenário pior; outros foram mais otimistas”, afirma Raphael Galante, da consultoria automotiva Oikonomia.

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1- Fiat Strada - 9.697 unidades;

2- Fiat Argo - 9.382;

3 - Hyundai HB20 - 7.609;

4 - Fiat Mobi - 7.529;

5 - Jeep Renegade - 7.504;

6 - Renault Kwid - 6.083;

7 - Jeep Compass - 6.046;

8- Fiat Toro - 5.909;

9 - Hyundai Creta - 5.902;

10 - Fiat Cronos - 5.404.

Como resultado dessa estratégia, a Stellantis conquistou 38% do mercado automotivo no acumulado de 2021. No caso da Fiat Strada, por exemplo, a liderança já está isolada, com 61.064 unidades emplacadas desde o começo do ano, contra 45.408 unidades do Hyundai HB20, vice-líder. E o Chevrolet Onix, que foi o modelo mais comercializado por cinco anos seguidos, está em quarto, com 41.510 unidades.

“Os efeitos [da falta de componentes] podem ser tenebrosos e desastrosos para a General Motors, que, como outros fabricantes norte-americanos, está administrando mal a falta de componentes eletrônicos. Principalmente pelo processo de supply chain, que deposita muita responsabilidade no fornecedor. Isso os deixou mais vulneráveis”, diz Cássio Pagliarini, da consultoria automotiva Bright Consulting.

No caso da Chevrolet, os complexos de Gravataí (RS) e São Caetano do Sul (SP) devem seguir paralisados até o mês de agosto por conta da falta de semicondutores – e não há previsão de normalidade na linha de montagem de Onix e Onix Plus. Tanto que, em junho, o modelo mais vendido da marca foi a S10, que teve 3.321 emplacamentos e retomou a vice-liderança da categoria, atrás da rival Toyota Hilux.

“Vamos levar em consideração de que a General Motors está certa e retomará a produção normal já em agosto. Haverá uma concorrência forte para tentar tirar o atraso. Então, teoricamente, o que a Stellantis está vendendo agora, já não deve se repetir nos próximos meses, porque haverá uma concorrência mais fortalecida no país, principalmente da Chevrolet, mas também da Volkswagen”, afirma Galante.

Entretanto, para Pagliarini, é pouco provável que o cenário de recuperação e retomada da concorrência coloque em risco a predominância da Stellantis e, principalmente, da Fiat. De acordo com o especialista, o pior momento já passou e os bons resultados são frutos da estratégia mais recente da marca, desde o lançamento do Argo, em 2017, quando repensou a atuação após longo período de crise interna.

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